OCDE sugere ao Brasil investir em infraestrutura e reduzir protecionismo

O Brasil deve melhorar a dinâmica dos investimentos em infraestrutura e reduzir as barreiras comerciais para retomar o crescimento. A mensagem consta de um estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado na reunião de ministros de finanças e banqueiros centrais das 20 maiores economias do mundo, o G-20.

O secretário-geral da entidade, Angel Gurría, fez uma firme defesa da adoção de reformas pelos países desenvolvimento e emergentes para acelerar a atividade econômica global. “A fraca demanda tem gerado menos investimento, o que tem gerado menos demanda e menos consumo. Isso gera persistente estagnação, o que é perigoso”, disse. Para combater o cenário, a OCDE defendeu mais uma vez reformas “para aumentar e acelerar” a demanda.

No Brasil, o foco das reformas deve ser especialmente a infraestrutura e a abertura da economia, diz a entidade. A OCDE sugere que o aumento do investimento em projetos de infraestrutura pode aumentar a produtividade e a competitividade do Brasil em relação aos demais países. A Organização reconhece que o Brasil tem tentando acelerar o processo com iniciativas como o programa de concessões e a mudança na legislação dos portos. Apesar disso, a entidade diz que há atrasos na entrega de projetos como os do Plano de Aceleração de Crescimento 2 (PAC2).

Entre as sugestões da OCDE, estão o aumento da capacidade de aumentar investimento dos governos regionais sem atrasos, modernização do setor portuário e o aumento da capacidade do setor elétrico. A última recomendação é a “redução dos gastos correntes para promover investimentos em infraestrutura”.

No campo comercial, a defesa da OCDE é pela redução do protecionismo. Nesse tema, a entidade não sugere apenas a diminuição “das barreiras tarifárias” que prejudicam o comércio exterior, mas também o fim de regras como a que exige conteúdo nacional em contratos, “incluindo projetos de infraestrutura e projetos com financiamento do banco de desenvolvimento nacional”. A OCDE não cita, mas o governo brasileiro é duramente criticado por exigir que parte do conteúdo usado na exploração do petróleo no País seja produzido em solo nacional.

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