A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) piorou as previsões para a expansão da economia brasileira em 2013 e 2014. Com a decisão, a entidade aposta que o País continuará com crescimento abaixo da média mundial até o ano da Copa do Mundo. E, assim, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caminha para amargar o quarto ano seguido de ritmo abaixo da média do planeta. A 93ª edição do estudo “Economic Outlook”, divulgada na manhã desta quarta-feira, 29, pela entidade, piorou a previsão de crescimento do Brasil em 2013 de 4%, estimados no fim do ano passado, para 2,9%.

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Com essa redução, o Brasil deve crescer menos que o mundo que, mesmo com crise global, deverá terminar o ano com expansão da economia de 3,1%. A OCDE também piorou a estimativa para 2014. Para o ano da Copa do Mundo, a previsão de crescimento para o PIB brasileiro caiu de 4,1% para 3,5%. Novamente, o cenário estimado pela entidade é pior que a média global, que deve terminar o próximo ano com crescimento de 4%, segundo o documento.

Confirmado o cenário, o Brasil amargará quatro anos seguidos de desempenho pior que a média mundial. Em 2011, o PIB brasileiro cresceu 2,7%, exatamente um ponto porcentual a menos que os 3,7% da média internacional, segundo a OCDE. No ano passado, a diferença aumentou ainda mais: Brasil cresceu 0,9% contra 3% do mundo. As estimativas da entidade internacional que avalia e compara as principais economias do mundo estão, agora, alinhadas com as previsões do mercado financeiro. De acordo com a pesquisa Focus divulgada na segunda-feira pelo Banco Central, a previsão dos analistas para o crescimento do PIB em 2013 é ligeiramente mais otimista que a da OCDE: 2,93%. Para 2014, a OCDE e o mercado preveem ritmo igual para o PIB: expansão de 3,5%.

Ritmo de emergentes

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As economias emergentes continuam crescendo, mas com ritmo mais fraco e velocidades bem diferentes, segundo o economista-chefe da OCDE, Pier Carlo Padoan. “Emergentes continuam fortes, mas o ritmo é um pouco mais fraco que o visto meses atrás. Há, ainda, muita diversidade entre os países”, disse há pouco na apresentação da nova edição do “Economic Outlook”, documento com projeções para a economia global.

Segundo o cenário traçado pela OCDE, a China deve liderar o crescimento do mundo emergente em 2013, com crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 7,8%. Em seguida, entre os grandes emergentes que estão fora da OCDE, aparece a Indonésia, com expansão prevista de 6% e Índia, com 5,3%. Entre os demais, todos crescerão bem menos: Brasil (2,9%), África do Sul (2,8%) e Rússia (2,3%).

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Para 2014, os países devem ganhar ritmo, mostra a previsão de Pier Carlo Padoan. No próximo ano, a China também deve liderar a expansão, com 8,4%. Em seguida, estão Índia (6,4%), Indonésia (6,2%), África do Sul (4,3%) e Rússia (3,6%). Para o Brasil, a expectativa da OCDE é de crescimento de 3,5% em 2014, a pior previsão para os grandes emergentes que estão fora da OCDE.

Durante a apresentação, o economista da entidade não comentou as razões para a diversidade no ritmo das economias emergentes. Disse apenas que “são problemas diferentes” entre os vários países. “Temas que precisam ser cuidados caso a caso”, disse, ao comentar que, geralmente, são temas macroeconômicos.

No documento divulgado nesta quarta-feira, a OCDE afirma que a melhora da infraestrutura e do sistema tributário poderia fazer com que o Brasil crescesse mais rapidamente. A entidade também critica o que chama de “manobras contábeis” realizadas pela equipe econômica para atingir a meta fiscal. Diz, ainda, que o aumento de tarifas de importação para alguns setores “deveria ser revisto”. “Medidas que reduzem a concorrência com os importados podem prejudicar o crescimento da produtividade no médio prazo e deveriam ser reconsideradas”, diz o documento.