Objetivo é tornar Biosev geradora de caixa em 2015, diz diretor-presidente

O diretor-presidente da Biosev, braço sucroenergético da Louis Dreyfus Commodities (LDC), Rui Chammas, disse esta semana ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que o objetivo para 2015 é tornar a empresa uma geradora de caixa. Para tanto, a companhia leva em conta a entrada em capital dos R$ 128 milhões da International Finance Corporation (IFC) e os R$ 318 milhões em financiamento sindicalizado, captados em dezembro e janeiro, respectivamente, que devem contribuir com o alongamento da dívida. “Na próxima safra, vamos maximizar a utilização de nossos ativos”, destacou Chammas.

Destaca-se nesta “maximização” a cogeração de energia, segmento que registrou receita 15,6% maior no último trimestre do ano passado, com R$ 78,6 milhões e 31kW/h por tonelada de cana. “Acredito que o setor possa ter um papel importante no abastecimento (de energia) do País”, comentou o executivo.

Indagado sobre o perfil da dívida da empresa, sendo 71% em dólar, Chammas ponderou que há uma correlação com os negócios da empresa, a qual é “fortemente exportadora”. “Parte das nossas vendas também é em dólar”, afirmou, minimizando a exposição da companhia à moeda norte-americana, que hoje trabalha acima dos R$ 2,80 e caminha a passos largos rumo aos R$ 3.

Chammas reafirmou que a meta da Biosev é fechar o ciclo 2014/15, em 31 de março, com alavancagem inferior a 3,5 vezes – em 31 de dezembro, a relação entre dívida líquida ajustada e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado estava em 4,1 vezes. Já o objetivo de médio prazo, entre dois e três anos, é trazer a alavancagem para 2,5 vezes.

Esta semana, a Biosev reportou prejuízo líquido de R$ 86,242 milhões no terceiro trimestre do ano-safra 2013/14, correspondente ao quarto trimestre de 2014. O montante é 57,7% menor em relação às perdas de R$ 203,738 milhões registradas em igual período do ciclo anterior. A receita líquida aumentou 1,5% no período, para R$ 1,031 bilhão. O Ebitda, por sua vez, somou R$ 309,926 milhões (+78,5%).

A parcela de curto prazo da dívida apresentou redução de R$ 129 milhões na comparação com o último trimestre.

Safra

Conforme Chammas, a Biosev ainda tem duas usinas moendo cana-de-açúcar, ambas no Nordeste (Paraíba e Rio Grande do Norte). Segundo ele, a quebra de processamento em 2014/15 por causa da seca deverá ser “pequena” ante as 30 milhões de toneladas do ciclo anterior.

No acumulado da safra 2014/15, iniciada em abril, as unidades da Biosev processaram 26,8 milhões de toneladas de cana (-7,7%), com nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) de 133,1 kg por tonelada de cana processada.

Quanto aos estoques, em 31 de dezembro a Biosev tinha reservas de 473 milhões de litros de etanol (+39%) e de 367 mil toneladas de açúcar (+46%). Para Chammas, a estratégia de carregar esses estoques, a qual significou menor comercialização ao longo do ano, foi “acertada”, já que os preços agora estão remuneradores, principalmente no caso do etanol – no caso do açúcar, já havia sido feito hedge.

A Biosev nasceu em 2009, a partir da fusão da LDC Bioenergia com a Santelisa Vale, uma das maiores companhias nacionais na produção e processamento de cana-de-açúcar. Ela é a segunda maior processadora de cana do mundo, com 11 unidades industriais estrategicamente localizadas em 4 polos agroindustriais no Brasil. A capacidade total de moagem é de 36,4 milhões de toneladas por safra.

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