O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, espera que até a primeira semana de fevereiro, no máximo, a maior parte da tramitação no Congresso do megapacote de estímulo econômico já tenha sido realizada. O programa inclui cortes de impostos de US$ 300 bilhões – ou 40% do valor total de US$ 775 bilhões – para famílias e empresas, além de uma série de gastos que vão de suporte a governos estaduais a investimentos em infraestrutura. Um dos principais objetivos do plano é o de criar 3 milhões de empregos, para compensar a perda de 2 milhões de postos de trabalho no ano passado.
Obama, que se encontrou na segunda-feira (5) com a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, deixou claro a gravidade da situação da economia americana, em entrevista à imprensa junto com sua equipe econômica: “Estamos num ponto muito difícil, a economia está mal e a situação está piorando.” Ele também usou as expressões “muito doente” e “muito danificada” para se referir à economia do país.
O horizonte de tempo para a aprovação do pacote mencionado por Obama, na mesma entrevista (realizada após o encontro no Congresso), contraria as declarações de Nancy Pelosi, de que o pacote já estaria aprovado para o presidente eleito assinar quando tomar posse em 20 de janeiro. Obama admitiu que a aprovação do programa de estímulo “vai levar algum tempo, mesmo com uma tramitação rápida”. Segundo o presidente eleito, “nós antecipamos que no final de janeiro ou na primeira semana de fevereiro tenhamos o grosso (da aprovação) realizado”.
O programa de alívio de impostos prevê crédito tributários de US$ 500 por pessoa ou US$ 1.000 por família. Diferentemente dos abatimentos realizados no governo Bush, em que cheques foram enviados depois que os impostos foram pagos, os de Obama devem ser uma redução do imposto retido na fonte, com a intenção de fazer o ganho chegar mais rápido ao bolso de quase todos os trabalhadores. Essa parte do pacote está estimada em US$ 150 bilhões.
No caso das empresas, uma parcela de US$ 100 bilhões será injetada ao se permitir uma antecipação mais ampla de créditos tributários relativos a prejuízos em 2008. Há também mais US$ 50 bilhões de subsídio fiscal para contratação de novos funcionários, cancelamento de planos de demissão e investimento em novos equipamentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.