Obama alerta críticos do plano de reforma financeira

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alertou os críticos de seu plano de reforma da regulação do sistema financeiro que não tem paciência para debater com os defensores radicais de um sistema que explora os consumidores. Pedindo a aprovação da lei este ano, Obama disse que “embora eu não queira uma briga, estaria pronto para uma”.

Obama usou seu programa semanal de rádio e Internet neste sábado para defender sua proposta, apresentada na quinta-feira, que vai impor novas regras para o sistema financeiro. O objetivo é evitar a repetição de um colapso que derrubou a economia norte-americana, mas um reescrita tão complexa das regras enfrentará uma batalha no Congresso e a oposição de alguns líderes dos setor bancário e de seguros que encontraram falhas em alguns detalhes.

Dirigindo-se aos cidadãos norte-americanos, Obama focou-se em uma das partes do plano, a criação de uma agência reguladora para proteger os interesses das pessoas. “Isso é essencial”, disse Obama. “Essa crise pode ter começado em Wall Street. Mas seus impactos foram sentidos pelos norte-americanos comuns que dependem de crédito, de empréstimos para a compra de imóveis e de outros instrumentos financeiros”, afirmou.

A nova Agência de Proteção Financeira ao Consumidor vai cuidar especificamente da supervisão de hipotecas, exigindo que os credores deem aos clientes a opção de planos descomplicados, com cláusulas objetivas e acessíveis. A Agência, disse Obama, “terá o poder de criar regras novas e rígidas de forma que as companhias concorram pela oferta de produtos inovadores que os clientes realmente queiram e entendam”. Segundo o presidente dos EUA, “você conseguirá comparar produtos, que serão descritos em linguagem simples, e ver qual é o melhor para você”.

De uma maneira mais geral, as mudanças propostas por Obama começarão a reverter o afrouxamento da regulação federal promovido por Ronald Reagan nos anos 1980. Os líderes democratas do Congresso prometem a aprovação dos planos para este ano, mas isso dependerá em parte de como questões-chave serão debatidas no Capitólio, entre elas o papel do Federal Reserve.

“Eu sou aberto ao debate de como podemos fazer para ter certeza de que nossas regras favoreçam empresas e consumidores”, disse Obama. “Mas o que eu não vou aceitar são aqueles que não argumentarem com boa-fé”. Obama disse que se referia aos que defendem o status quo a qualquer custo. Ele não citou ninguém ou nenhum organização em particular, mas disse que já existe mobilização contra a mudança. As informações são da Associated Press.

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