Não há quem resista a eles. De diversos tipos, formatos, sabores e preços, este produto é utilizado desde em simples sanduíches até pratos mais requintados, especialmente quando se trata de massas, onde sua combinação é praticamente uma obrigação. Estamos falando do queijo, derivado do leite que vai bem a qualquer momento. Pelo fato do Paraná ser um dos maiores produtores de leite do Brasil, com uma produção estimada em 2,7 bilhões de litros, o que corresponderia a 10% de todo o leite nacional, o queijo paranaense possui boa fama em todo o Brasil, graças a sua qualidade e variedade.
De acordo com o diretor-executivo da cooperativa Frimesa, uma das maiores do Brasil, cuja produção anual é de 5,5 mil toneladas, Elias Zydek, o queijo representa uma fatia importante dos produtos em que a Frimesa atua. Dos 550 mil litros de leite que chegam diariamente na empresa, cerca de 30% é direcionado para a fabricação dos diversos tipos de queijo, que vão da mussarela, o queijo mais comum e popular, de origem italiana, até o gouda, originário da Holanda, de paladar mais refinado. O produto com maior direcionamento do leite é o longa vida UHT (31%). Os outros destinos são derivados como manteiga, requeijão, iogurte, leite condensado, entre outros, com 23% e o leite de pacote, com 16%. “Certamente o queijo tem um papel de grande destaque na Frimesa. Nós temos uma indústria especializada na produção de queijo em Marechal Cândido Rondon (oeste do Paraná) com capacidade para fabricar 750 toneladas por mês”, conta.
O mercado consumidor está todo no Brasil. Zydek conta que a Frimesa chegou a ser a maior exportadora do produto, vendendo mensalmente 600 toneladas, principalmente para a Coreia do Sul, na Ásia. “Nós tivemos que cessar bastante a produção porque se tornou inviável competir com os preços de outros países, graças ao câmbio. Se ele voltar a ser interessante, é possível que voltemos a exportar.
Felizmente, o mercado interno absorveu esse consumo. Hoje temos três grandes canais para vender o queijo: o varejo, que responde por 50% deste total, pizzarias e redes de fast food, com 25%, e institucionais (outras empresas) como, por exemplo, a Sadia, que abocanha os outros 25%”, avalia. A única reclamação do diretor deve-se com a concorrência que sofrem de pequenos produtores. Segundo ele, pelo fato de que geralmente não possuem inspeção, os preços são menores. “Esse mercado paralelo nos afeta um pouco. Por outro lado, percebemos que os consumidores estão cada vez mais exigentes e que se eles não gostam de um determinado produto, preferem pagar mais caro e ter um produto com qualidade superior”, garante.
A assessoria de comunicação da Frimesa informa que são fabricados 20 tipos de queijos, dos quais mussarela, prato e cheddar são os mais comuns e gouda, parmesão e provolone formam a linha mais fina. Por ser uma cooperativa, o leite para produzir o queijo vem de seus associados, dos quais contam com acompanhamento técnico para garantir a qualidade da matéria-prima. Embora tenha como foco principal os mercados de Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro, o queijo chega a todas as capitais brasileiras.
Mercado também apresenta queijos finos
Uma cooperativa que aposta nos queijos, porém com a criação de produtos mais finos é a Witmarsum, localizada na colônia de mesmo nome, nos Campos Gerais. Produzindo uma linha que se divide nos frescos, como o Minas Frescal e Ricota Fresca, nos semi-moles, como o Asiago (italiano) o Reblochon (frances) e o Colonial (receita própria que também tem na versão com pimenta verde), semi-moles maturados por fungos Brie e Camembert (ambos franceses) e uma linha de queijos semi-duros, Appenzeller de seis meses de maturação, o Emmental, o Raclette, e uma mistura para Fondue, que leva os queijos Appenzeller, Emmental e Raclette, todos de origem suíça, a cooperativa produz, no total, 11 tipos de queijos. Segundo o gerente comercial da Witmarsum, Ferdinando Schmeider, a demanda para a produção depend,e de uma série de fatores. “Não temos um carro chefe, pois a demanda depende da ocasião, que pode variar por diversos fatores, como por exemplo época do ano, clima, e segmentos atendidos. Procuramos estar atentos ao mercado consumidor, que procura um produto diferenciado e com qualidade”, afirma.
Por produzir um produto voltado a um público mais exigente, a Witmarsum, segundo Schmeider, conta com um programa especial voltado para adquirir o leite de produtores que seguem à risca diversas normas de qualidade. “Contamos com uma iniciativa chamada Programa Witmarsum para qualidade do leite. Por meio deste trabalho, selecionamos produtores que irão fornecer o leite para produção de queijos, além se seguir todas as normas conhecidas como Boas Práticas de Fabricação (BPF) durante todo processo de fabricação, e, realiza todas as etapas desde a produção da matéria-prima até a mesa do consumidor com muito carinho, garantindo assim o sucesso em todo o processo”, encerra. (FL)