Número de milionários no mundo foi de 10,1 milhões em 2007

A riqueza das pessoas que possuem pelo menos US$ 1 milhão em ativos financeiros em todo o planeta subiu 9,4% no ano passado e atingiu um montante total de US$ 40,7 trilhões, de acordo com o 12º Relatório Anual sobre a Riqueza Mundial, realizado pelo banco de investimento Merrill Lynch e pela consultoria CapGemini divulgado hoje. Este público milionário, conhecido pelo termo em inglês de High Net Worth Individuals (HNWI), já chega a 10,1 milhões de pessoas, o que representa um incremento de 6% sobre o total apurado pela pesquisa realizada pelas instituições em 2006.

O estudo apontou também que a média de recursos em poder de cada uma destas pessoas superou os US$ 4 milhões pela primeira vez e indicou que subiu 8,8% o número de pessoas que possuem fortunas superiores a US$ 30 milhões em aplicações financeiras.

O estudo projeta ainda que o montante de riquezas apuradas pelas pessoas com grandes patrimônios financeiros deve crescer a uma taxa média anual de 7,7% até 2012, quando deve atingir um volume global de US$ 59,1 trilhões.

De acordo com o Merrill Lynch e a CapGemini, os dois principais fatores que impulsionaram a riqueza destas pessoas foi a vigor do crescimento mundial, apesar dos movimentos de instabilidade nos mercados financeiros no fim do ano passado, com a perspectiva dos Estados Unidos entrarem em recessão no médio prazo.

Emergentes

Para as duas instituições, os países emergentes compensaram a redução do ritmo de expansão das economias dos países desenvolvidos. Não por acaso, os países que registraram o maior aumento de pessoas que possuem grandes fortunas foram Índia, em primeiro lugar, com expansão de 22,7%, seguida pela China, que registrou alta de 20,3%, e do Brasil, que apresentou uma alta de 19,1%.

O relatório apontou que a expansão dos países emergentes está relacionada em grande parte ao crescimento dos Produtos Internos Brutos (PIBs) dessas regiões, motivada basicamente pela evolução da demanda doméstica e pelas exportações.

IPOs

Segundo o estudo, os países em desenvolvimento colaboraram de maneira expressiva com a onda global de aberturas de capital (IPO, na sigla em inglês) em 2007, pois foram responsáveis por mais de 1,3 mil operações deste tipo que captaram, no total, um montante próximo a US$ 300 bilhões.

Os mercados emergentes realizaram sete das dez maiores emissões em volume de recursos. O conjunto de nações formado pelo Brasil Rússia, Índia e China, os chamados Brics, registrou um aumento muito grande destas operações e foi responsável por "39% do volume mundial de IPOs apurado no ano passado – patamar que superou os 32% de participação exibidos em 2006".

Segundo o levantamento, os fluxos líquidos de capital privado para mercados emergentes também aumentaram em 2007 e, no caso da América Latina, mais que dobraram, pois atingiram US$ 106 bilhões no ano passado.

Mercado financeiro

Como o mundo apresenta sérias incertezas sobre a tendência da economia norte-americana para os próximos trimestres, o cenário indica que há incertezas sobre os desdobramentos relativos à economia dos Estados Unidos e a crise de crédito que afetou o sistema financeiro global.

Nesse contexto, a economia mundial deve registrar volatilidade, pois há efeitos da crise que ainda não foram encerrados. "De modo geral, a economia global tem dois obstáculos distintos a superar: fatores de inibição ao crescimento nos mercados maduros (desenvolvidos) e alto risco de inflação em mercados emergentes" apontou o relatório.

"As perspectivas de crescimento global em HNWI daqui em diante dependerão do grau de superação destes desafios", ponderou o estudo.

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