Com a recessão ainda batendo à porta dos orçamentos familiares, cresceu em 2017 o número de brasileiros vivendo em moradias cedidas por terceiros, como algum parente ou amigo. O número de domicílios cedidos cresceu 7% em relação a 2016, chegando a 6,1 milhões de lares, informou nesta quinta-feira, 26, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados são da pesquisa “Características gerais dos moradores e dos domicílios 2017”, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad).
O movimento foi mais forte nas regiões Sudeste (alta de 13% no número de domicílios cedidos) e Norte (avanço de 12,9%).
Em São Paulo, o crescimento foi de 15,6%, com 193 mil domicílios cedidos a mais na passagem de 2016 para 2017. No Rio, o avanço foi de 11,4%, ou 42 mil lares cedidos a mais.
Ainda assim, a maioria das moradias do País pertence aos próprios moradores: 67,9% do total de domicílios são próprios e já foram quitados, enquanto 5,6% do total são próprios e ainda estão sendo pagos.
O contingente de domicílios cuja moradia é alugada ficou em 17,6% em 2017, nível semelhante ao de 2016 (17,5%).
Acesso à água
O racionamento de água no Distrito Federal fez cair à metade o número de lares com fornecimento diário de água encanada em Brasília. Segundo o IBGE, em 2017, o número de lares da capital do País com acesso diário à água caiu para 421 mil, ante 972 mil em 2016.
Em 2016, praticamente todos (99,7% do total de moradias ligadas à rede de água) os domicílios do Distrito Federal tinham acesso diário à água encanada. Ano passado, por causa do racionamento, apenas 43,3% do total de domicílios conectados à rede relataram ter recebido água diariamente, enquanto 54,0% informaram ao IBGE terem as torneiras funcionando de quatro a seis dias por semana.
A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) começou a fazer racionamento no fornecimento de água em janeiro de 2017 e mantém a medida até hoje.