Nubank termina mais um trimestre com lucro, e operação brasileira registra rentabilidade superior a dos bancões. Campos Neto volta a acenar ao governo, Haddad agradece reconhecimento, mas ala petista renova críticas a presidente do BC, e outras notícias do mercado nesta quarta-feira (15).

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O Nubank registrou lucro de US$ 58 milhões no quarto trimestre de 2022, ante prejuízo de US$ 71,3 milhões que a fintech teve no mesmo período do ano passado.

O resultado divulgado nesta terça (15) considera um impacto contábil que o banco digital teve com a decisão do CEO, David Vélez, de abrir mão de seu plano de remuneração em ações.

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Desconsiderando esse efeito, o lucro líquido ajustado do Nubank foi de US$ 113,8 milhões no período, ante US$ 3,2 milhões em igual recorte de 2021.

As ações da empresa subiram 7% nas negociações após o fechamento da Bolsa de Nova York, onde os papéis são negociados.

Em números: a fintech também divulgou o resultado de suas operações apenas no Brasil, onde fechou o ano com 70,9 milhões de clientes, bem à frente de México (3,2 milhões) e Colômbia (565 mil).

Por aqui, o banco registrou lucro líquido ajustado de US$ 158 milhões no último trimestre, revertendo um prejuízo de US$ 4 milhões no recorte do ano passado.

O ROE (retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado), que mede a rentabilidade do banco, alcançou 35%, patamar acima do registrado pelos bancões brasileiros – que tiveram seu resultado afetado pela Americanas.

Entre os incumbentes, o maior ROE no período foi o do BB (Banco do Brasil), com 21%.

De acordo com o diretor financeiro, Guilherme Lago, a mudança da rentabilidade da NuConta promovida no ano passado, quando o rendimento do dinheiro do cliente passou a contar apenas 30 dias após o depósito, diminuiu o custo de financiamento do banco, elevando sua margem financeira.

O índice de inadimplência em mais de 90 dias cresceu no trimestre. Ele foi de 5,2%, ante 4,7% entre julho e setembro. A inadimplência de curto prazo, porém, diminuiu de 4,2% para 3,7% no mesmo recorte.

No dia seguinte à entrevista em que fez acenos ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas discordou da mudança na meta da inflação, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, voltou a elogiar a agenda econômica da gestão petista nesta terça.

Afagos de um lado – “O investidor é muito apressado, muito afoito. A gente tem que ter um pouco mais de boa vontade com o governo, 45 dias é pouco tempo”, disse o chefe da autoridade monetária em evento do BTG Pactual.

“Tem uma boa vontade enorme do ministro Fernando Haddad [Fazenda] de falar, ‘olha, nós temos um princípio de seguir um plano fiscal com disciplina”, afirmou Campos Neto

– e de outro: Haddad também adotou tom conciliatório, e ainda disse que não há discussão de mudança na meta de inflação prevista na pauta da reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional) desta quinta (16).

“Nós obtivemos o reconhecimento ontem [segunda] na entrevista do presidente do BC de que as medidas que estão sendo tomadas estão na direção correta. Isso é muito importante para nós, obter esse reconhecimento”, disse o ministro.

Sim, mas – As críticas de dentro do governo não esvaziaram. A Folha de S.Paulo apurou que integrantes da gestão se irritaram com a declaração de Campos Neto contra a mudança na meta.

Ministros tanto do Palácio do Planalto como da equipe econômica afirmam que ele teria defendido, em conversas reservadas, a mudança no alvo de 2023 de 3,25% para 3,5%.

Em conversas com diretores do BC, economistas do mercado relataram que não seria positivo mudar o sistema agora. Isso iria gerar aumento das expectativas de inflação, e, consequentemente, demandaria maior aperto monetário por parte do BC.

Opinião:

Por que os juros precisam subir tanto no Brasil? Como boa parte do mercado de crédito é pouco afetada pela taxa Selic, o BC precisa aumentar mais os juros para obter um dado efeito na demanda (e na inflação), escreve o colunista Bernardo Guimarães.

Irritação de Lula tem fundamento, e BC usa a Selic como instrumento para forçar a permanência de uma política fiscal arrochada, nos moldes impostos pelo teto de gastos, que o governo avisou que vai descartar, afirmou à Folha o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

O Grupo Suno, que tem uma casa de análises, gestora de recursos e consultoria para investidores, confirmou que uma operação de busca e apreensão foi realizada em seus escritórios nesta terça.

Em nota em seu site, a empresa diz que a ação “é uma degradante tentativa da [gestora] Hectare de retaliar a atuação firme e independente da Suno na sua atividade de análise de valores mobiliários, em detrimento da adequada disseminação de informações no mercado de capitais”.

De acordo com o colunista de O Globo, Lauro Jardim, a investigação refere-se a uma suposta manipulação no mercado de fundos imobiliários (FIIs).

Ainda segundo o colunista, um dos casos sob investigação é o do HCTR11, que teve uma oscilação atípica em suas cotas em abril do ano passado, após publicações do fundador e de analistas da Suno nas redes sociais.

A Suno afirma em nota que é “falsa a alegação de que a Hectare (gestora do FII) e os fundos por ela geridos teriam sido vítimas de uma campanha difamatória promovida pela Suno” e que a casa de análises “alerta a seus clientes desde maio de 2021 em relatórios fundamentados e assinados por seus analistas sobre riscos na gestão do fundo HCTR11”.

Mais sobre mercado financeiro

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) divulgou novas regras para a atividade de assessor de investimentos.

Entre os destaques, estão a possibilidade de atuação dos profissionais em mais de uma corretora e a obrigação de detalhar a forma como são remunerados em cada produto, além de apontar ao investidor possíveis conflitos de interesse.

O Parlamento Europeu aprovou, nesta terça, um projeto que proíbe a venda de veículos novos com motores a gasolina ou a diesel a partir de 2035.

O Conselho Europeu terá que aprovar formalmente o texto para que ele entre em vigor. No Parlamento, o placar foi de 340 votos a favor, 279 contrários e 21 abstenções.

Entenda: o texto prevê a redução a zero das emissões de CO2 dos veículos e das caminhonetes zero quilômetro na (UE) União Europeia a partir de 2035.

Ou seja, nem mesmo os veículos híbridos, que usam o motor a combustão e o elétrico, poderão ser vendidos a partir de 2035.

Tendência: o movimento da UE encontra eco na agenda do presidente americano Joe Biden, que anunciou um plano para que metade dos carros a serem vendidos até 2030 nos EUA tenham zero emissão de carbono.

Hoje, os consumidores do país contam com créditos fiscais de US$ 7.500 (R$ 38,6 mil) para a compra de carros elétricos de uma determinada faixa de preço.

A onda de eletrificação também conta com a participação de montadoras, que estão de olho na enxurrada de subsídios para o setor.

Nesta terça, a Ford anunciou o corte de 3.800 empregos na Europa nos próximos três anos para reduzir custos e priorizar os investimentos na produção de elétricos. A montadora disse que está investindo US$ 3,5 bilhões em uma fábrica de baterias nos EUA.

E aqui? O interesse dos brasileiros por esses veículos existe –as vendas cresceram cerca de 40% em 2022 –, mas pode esbarrar na falta de infraestrutura do país.

A tendência é que diferentes soluções menos poluentes convivam por muito tempo. Com a melhora da infraestrutura e a redução dos custos de aquisição e de recarga, os modelos 100% tendem a conquistar mais espaço nas ruas.

Nas alturas!

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Barbaridade!!!

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