Novos acordos comerciais no mundo são desafio para o Brasil, diz Arbache

O desafio de aumentar a competitividade do Brasil encontrou mais um elemento diante do anúncio de novas parcerias comerciais no mundo, avaliou o chefe da assessoria econômica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Jorge Arbache. Ele citou como exemplo o acordo transatlântico de livre comércio, o Transatlantic Trade and Investment Partnership (TTIP), que envolve os Estados Unidos e a União Europeia, e avaliou que acordos assim determinam a participação dos países na economia mundial, o que “é um grande desafio para um país (como o Brasil) que tem um grande passivo em algumas áreas”.

Durante congresso em São Paulo que reúne empresários, Arbache preferiu tratar do tema da competitividade sob o ponto de vista do longo prazo. Depois do discurso do superintendente do departamento econômico do Citi Brasil, Marcelo Kfoury, que abordou sobretudo a atual crise econômica e a questão fiscal de curto prazo, Arbache considerou que “parte importante da crise não se deve ao que ocorreu nos anos recentes, mas a uma economia historicamente tão pouco competitiva e com problemas de diversificação e inserção no mundo globalizado”.

Arbache considerou que “a competitividade no País é muito baixa há muito tempo”. Ele citou como desafios brasileiros a necessidade de elevar a escolaridade média e a diversificação da economia. Para o chefe da assessoria econômica, além de lidar com essas dificuldades que há muitos anos fazem parte da realidade nacional, a economia brasileira precisa ainda buscar novas tecnologias. E novas formas de organização da produção.

Já Kfouri avaliou que uma prioridade deve ser a obtenção de apoio no Congresso para promoção do ajuste fiscal. Ele ponderou que um consenso em torno de um ajuste ajudaria a melhorar a confiança para consumo e investimento. Ele voltou a mencionar a dificuldade de articulação política do atual governo e considerou que “uma condição necessária para sair do nó que nos encontramos é mostrar alguma expectativa de melhora no quadro fiscal”. Essa expectativa, considerou “é difícil de conseguir com o governo atual”.

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