A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Abimaq, inaugurou hoje o Desempregômetro, um painel que contabiliza o número de empregos que, segundo a associação, deixam de ser gerados no País por conta do aumento do volume de produtos importados na indústria de transformação – que resulta em queda na produção nacional.
O sistema de cálculo do Desempregômetro leva em conta os dados da balança comercial da indústria de transformação, cujo déficit para este ano é estimado em R$ 99,4 bilhões, e os relaciona com o número de empregos existentes no setor. Por exemplo, para cada R$ 1 milhão de déficit na balança, deixam de ser gerados no País 27,7 empregos direta ou indiretamente, segundo o sistema de cálculo do Desempregômetro.
O painel está exposto na área externa da Abimaq, localizada no bairro paulistano do Jabaquara, zona sul, e também na internet (abimaq.org.br). Por volta de 12h40, o painel marcava 108,146 mil empregos que deixaram de ser gerados desde 2006.
“Só nestes dois primeiros meses do ano, deixamos de gerar 60 mil empregos no Brasil e os exportamos para a China”, estimou o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto. A estimativa se refere a uma perda de mercado que a indústria brasileira tem sofrido para outros países por conta de importações, sobretudo da China.
Apenas na indústria de máquinas e equipamentos foram 2,8 mil empregos diretos perdidos entre outubro do ano passado e janeiro deste ano.
O ex-governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto, agora diretor de ação política da Abimaq, afirmou que o lançamento do Desempregômetro é uma iniciativa que mostra a situação real que ocorre no setor de máquinas e equipamentos. “O Brasil já foi o quinto maior produtor de máquinas e equipamentos do mundo na década de 1980 e hoje está em décimo quarto lugar”, afirmou, lembrando que o fraco resultado do PIB de 2011 foi influenciado pelo desempenho da indústria.