Em busca de uma resposta mais precisa para a dúvida sobre se o Brasil vive ou não uma bolha imobiliária, o Banco Central (BC) divulgou nesta quarta-feira, pela primeira vez, um novo índice que apontou moderação na valorização dos imóveis no Brasil. De acordo com o BC, os dados do novo indicador reforçam a avaliação de que não há bolha no mercado imobiliário brasileiro.
O fenômeno conhecido como bolha acontece quando os preços dos ativos crescem e depois perdem valor de maneira radical, provocando uma desorganização do sistema. O risco de estouro de uma bolha no Brasil é uma preocupação que assombra a economia brasileira, principalmente a partir de 2010, quando o mercado imobiliário começou a crescer com maior força no País. Essa polêmica tem dividido a opinião de economistas brasileiros e estrangeiros que acompanham o mercado brasileiro e tema de inúmeros debates. Muitos deles acreditam até mesmo que essa bolha poderia estourar, quando o BC subir novamente a taxa de juros.
Chamado de Índice de Valores de Garantia de Imóveis Residenciais Financiados (IVG-R), o novo indicador do BC mostrou que alta dos preços desacelerou de 20% em 2010 para uma taxa anual de 3% em janeiro de 2013. Na avaliação do diretor do BC Anthero Meirelles, o patamar atual dos preços se encontra bastante “equilibrado”. Segundo ele, o índice vai ajudar o BC a fazer uma análise sobre a variação na estrutura de preços dos imóveis no Brasil e auxiliar na definição de políticas prudenciais.
Moderação
“O que vimos com esse índice é que houve de fato uma moderação na valorização de imóveis, afastando completamente qualquer risco de problemas”, afirmou Meirelles. “Não houve bolha. Nada disso aconteceu. Os ativos continuam valorizando-se. Houve um reequilíbrio”, acrescentou. Não está definido se a divulgação do índice será mensal ou trimestral.
O IVG-R considera o valor dos imóveis dados em garantia dos empréstimos em determinado mês, pelo valor de avaliação, numa amostra de cerca de 160 mil residências. A coleta é feita de imóveis localizados nas onze regiões metropolitanas consideradas no cálculo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA): Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio, Salvador e São Paulo.
