O novo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano, defendeu que os países de renda média (como Brasil, Argentina, Chile e os Brics) assumam o papel de difusores de novas tecnologias para promover a expansão da agropecuária pelo mundo e, assim, combater a fome. “Esses países talvez não possam atuar como doares financeiros, mas como prestadores de assistência técnica”, disse Graziano, ao chegar na tarde de hoje ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília.
Segundo o novo diretor da FAO – que assume o posto no começo do ano que vem -, o Brasil tem contribuições substanciais a oferecer em pelo menos três áreas: combate ao greening que afeta a citricultura, recuperação de pastagens degradadas e produção de biocombustíveis. “O que aprendemos nessa eleição é que o mundo quer mais do Brasil”, declarou.
Graziano, que chegou hoje a Brasília, disse que estava no Mapa para agradecer ao ministro Wagner Rossi pelo apoio dado durante a eleição da FAO, realizada em Roma, em junho. Rossi e outros ministros brasileiros foram à Itália, durante a reunião, para defender a candidatura de Graziano. “Eu vim agradecer Rossi, que esteve em Roma defendendo a gente”, disse. Segundo Graziano, atualmente há condições técnicas para promover a erradicação da fome no mundo, mesmo com a crescimento da população, mas argumentou que é necessário desfazer os entraves políticos para permitir a expansão produtiva.