Novo calado para Ponta do Félix em Antonina

Um aumento de um metro no calado do canal que dá acesso aos Terminais Portuários da Ponta do Felix (TTPF), em Antonina, pode garantir a retomada, pela empresa, da movimentação de cargas gerais, como produtos florestais e siderúrgicos, bem como um crescimento no transporte de cargas congeladas, levando a uma circulação de 2 milhões de toneladas por ano até 2014. É o que espera a TTPF, que está aguardando a liberação, pela Capitania dos Portos do Paraná (CPPR), das novas medidas. O calado deve passar dos 7,10 metros atuais para 8,10 metros.

A nova medida foi alcançada depois de uma dragagem emergencial realizada pela Ponta do Felix entre dezembro de 2009 e março deste ano. A batimetria que verificou o novo calado foi feita em seguida. Porém, embarcações que necessitam dessa profundidade para navegarem no local só podem trafegar depois que a CPPR formalizar o novo calado. “Se confirmados esses resultados, poderemos liberar o tráfego de navios e mantermos a segurança da navegação”, comentou o Capitão dos Portos do Paraná, Marcos Antônio Rios.

O diretor-presidente do TPPF, Luiz Henrique Dividino, lembra que, no inicio das suas atividades, o acesso ao terminal tinha 10 metros de profundidade. “A falta de obras de dragagem foi reduzindo a cota ano a ano”, afirma. A situação piorou em maio de 2008, quando a Capitania dos Portos restringiu o calado máximo para 7,10 metros.

Em 2005, o terminal chegou a movimentar mais de 1 milhão de toneladas por ano, segundo Dividino. “Com as dificuldades na infraestrutura marítima, a movimentação anual caiu para 100 mil toneladas por ano”, lamenta. Mas o momento, segundo ele, pode ser de retomada: “Buscamos já para o próximo ano retomar a movimentação de 2005, e dobrar este volume até 2014”, informou.

Nos próximos dois anos, a previsão da TPPF é de investir mais de R$ 16 milhões em infraestrutura e equipamentos, que permitirão atendimentos customizados a cada cliente. Os investimentos, explica Dividino, têm relação direta com o momento atual do País e com a intenção do setor público de evitar um iminente apagão logístico. “Se consideramos a performance da economia brasileira desse primeiro semestre vamos precisar de muitos terminais complementares como a Ponta do Felix para atender estas novas demandas”, diz.

Atualmente, o terminal atende dois navios por vez, com cargas entre 5 mil e 10 mil toneladas. “Neste novo cenário poderemos atender navios com até 15 mil toneladas de carga”, diz Dividino. Em plenas condições de trabalho, o porto pode atender entre 15 e 20 navios por mês. Isso, segundo o executivo, pode contribuir para reduzir a fila de espera de portos vizinhos e custos de sobre-estadias para exportadores e importadores.

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