O Paraná foi um dos sete estados em que houve aumento nas vendas do comércio, em novembro. De acordo com pesquisa do IBGE divulgada ontem, o volume de vendas do comércio varejista paranaense avançou 0,2% em relação a outubro de 2008, superando a variação registrada pelo setor em nível nacional (queda de -0,7%).
No confronto com novembro de 2007, verificou-se crescimento de 4,6%, o que deixou o Paraná acima, por exemplo, dos resultados de Santa Catarina (2,1%) e Rio Grande do Sul (3,5%). Já no acumulado de janeiro a novembro de 2008, a expansão do comércio do Paraná atingiu 7,3%, com importantes contribuições dos ramos de supermercados, móveis e eletrodomésticos. Em todo o País, as vendas do varejo acumularam alta de 9,8% de janeiro a novembro de 2008.
Além desses segmentos, foi forte o crescimento do setor de equipamentos de informática e comunicação, cujas vendas apresentaram notável ampliação de 100,7% no Paraná, nos 11 primeiros meses do ano passado.
Segundo o técnico da coordenação de comércio e serviços do IBGE, Nilo Lopes, a queda de 0,7% em novembro na comparação com outubro deve se à crise internacional. Na comparação com novembro de 2007, houve um aumento de 5,1% nas vendas, mas mesmo assim, representa a menor expansão apurada ante igual mês de ano anterior desde julho de 2005 e, também, a menor para um mês de novembro desde 2004. “As atividades mais sensíveis ao crédito foram as mais atingidas, enquanto as vinculadas à renda mantiveram resultados positivos”, explicou.
A desaceleração das vendas está sendo vista por economistas como mais um sinal da necessidade de o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), reduzir os juros básicos nas reuniões de terça e quarta-feira da próxima semana.
Ampliado
As vendas foram ainda piores quando se acrescenta à conta veículos, motos, peças e material de construção. Por essa avaliação, as vendas em novembro caíram 3,4% em relação a outubro e 4,1% em comparação a novembro de 2007. O dado oficial do comércio varejista exclui essas duas atividades de veículos e construção, que são calculadas em um indicador a parte, denominado comércio varejista ampliado. Nesse indicador, as vendas de veículos e motos, partes e peças caíram 7% em novembro ante outubro e recuaram 20,3% em novembro ante novembro de 2007.
Os piores resultados foram registrados nos segmentos de equipamentos para escritório e informática (42,8% em outubro para 20,8% em novembro), móveis e eletrodomésticos (15,7% para 4,5%), combustíveis e lubrificantes (10,9% para 5,5%) e outros artigos pessoais e de uso doméstico (inclui lojas de departamento e passou de variação de 12,1% para 6,5%). “Todas essas atividades vinham crescendo especialmente por causa da atividade do crédito e foram muito afetadas”, disse Lopes.
A atividade de tecidos, vestuário e calçados registrou queda de 8,7% nas vendas em novembro e, segundo Lopes, é a primeira vez que uma atividade pesquisada mostra queda nas vendas, na comparação anual, desde dezembro de 2006. Segundo ele, o aumento no dólar reduziu as importações e elevou o preço das roupas, afugentando os consumidores.