O coordenador-geral de operações da Dívida Pública, Leandro Secunho, destacou nesta quarta-feira, 21, a emissão líquida de R$ 24,91 bilhões em novembro, a despeito dos movimentos feitos pelo Tesouro Nacional para evitar a volatilidade dos mercados após a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
“Novembro foi um mês com atipicidades mas teve um número relevante de emissões. Houve leilões extraordinários e houve cancelamento de leilões”, lembrou. “Nosso objetivo (com esses movimentos) foi reduzir o risco do mercado e dar uma segurança aos investidores”, completou.
No total, foram emitidos R$ 39,36 bilhões em papéis em novembro – o menor volume do ano -, enquanto os resgates chegaram a R$ 14,45 bilhões. “O Tesouro ficou praticamente duas semanas fora do mercado, mas em dezembro já voltamos ao nosso patamar histórico de emissões. O mercado já está bastante estável em relação a meados de novembro”, acrescentou.
Segundo ele, com o retorno das emissões ao cronograma normal, o estoque da Dívida Pública Federal (DPF) deve encerrar o ano dentro da meta do Plano Anual de Financiamento (PAF) que vai de R$ 3,100 trilhões a R$ 3,300 trilhões. Em novembro, o estoque ficou em R$ 3,092 trilhões.
Secunho disse ainda que a expectativa do governo é de que o estoque no Programa Tesouro Direto chegue a R$ 40 bilhões em dezembro. Em novembro, o estoque da modalidade ficou em R$ 39,578 bilhões.
Tesouro Direto
O coordenador-geral de operações da Dívida Pública disse ser provável que a Reforma da Previdência estimule a procura pelos títulos do Tesouro Direto com uma forma de previdência complementar. Ele citou que já é alta a demanda dos investidores do programa por títulos atrelados à inflação, de mais longo prazo.
“Entendo que há um grande potencial de aumento na busca de previdências complementares, seja via Tesouro Direto, seja por meio de instituições financeiras voltadas para isso”, avaliou.
Uma das vantagens do programa, citou Secunho, é a possibilidade de escolha pelos próprios investidores do títulos e dos prazos dos investimentos. “Além disso, as taxas do Tesouro Direto são na média mais baixas que as cobradas pelas seguradoras de previdência”, completou.