Duas medidas tomadas ontem pelo governo federal devem elevar o crédito destinado por bancos ao financiamento da agricultura em até R$ 3,7 bilhões nos próximos três anos. A principal delas, definida na reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional), prevê a elevação do direcionamento da poupança rural. Até 2007, os três bancos que oferecem aplicações em poupança rural – Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia – deverão direcionar 65% dos recursos captados para sustentar linhas de crédito ao agronegócio.

Hoje esse percentual é de 40%. No entanto, dos cerca de R$ 27,5 bilhões captados pelos três bancos, pouco mais de R$ 15 bilhões (ou 54,5%) já são direcionado ao setor. Por isso, o ganho com a medida se restringe a 10% do total de recursos captados, ou R$ 2,7 bilhões.

Além disso, a medida, que prevê a elevação gradual do direcionamento, passaria a ter efeito prático somente em 1.º de setembro de 2006, quando 60% dos recursos captados deverão necessariamente ser transformados em crédito rural. Esse percentual deverá subir para 65% em 1.º de setembro de 2007, completando os efeitos da medida.

Outra decisão do CMN prevê que bancos controlados por cooperativas de crédito poderão passar a captar recursos com a poupança rural, assim como já fazem BB, BNB e Basa.

Os bancos cooperativos, no entanto, terão desde o início do funcionamento que obedecer à regra de direcionar 65% dos recursos captados para o financiamento agrícola.

O diretor de Normas do Banco Central, Sérgio Darcy, estima que em um prazo de dois anos essa segunda medida eleve em R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão o crédito disponível para o financiamento do agronegócio.

Dessa forma, juntas as duas medidas teriam um impacto de até R$ 3,7 bilhões.

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