Os navios que chegam aos portos de Paranaguá e Antonina contam agora com um novo sistema de sinalização náutica, que lhes garantirá mais segurança de navegação no Canal da Galheta, no acesso aos dois terminais paranaenses. O novo sistema, inaugurado ontem pelo secretário dos Transportes, Wilson Justus, propiciará redução nos custos de seguro dos navios, permitindo que mais cargas sejam contratadas por importadores e exportadores.
“Mais moderno e eficiente, esse sistema atende à constante expansão do Porto de Paranaguá, cuja movimentação aumentou muito nos últimos oito anos”, afirmou Justus, na presença do superintendente do Porto de Paranaguá, Osíris Stenghel Guimarães, do comandante do 5.º Distrito Naval, vice-almirante José Eduardo Pimentel de Oliveira, do capitão dos portos do Paraná, Pedro Tekotz Neto, e do prefeito de Paranaguá, Mário Roque.
De 1995 para cá, o governo do Estado e a iniciativa privada investiram em Paranaguá e Antonina cerca de R$ 500 milhões, garantindo os maiores avanços da história dos dois terminais.
Além de se manter como o principal porto graneleiro do País, Paranaguá passou por uma grande mudança de perfil, tornando-se uma importante plataforma de embarque de produtos industrializados e veículos. O Porto de Antonina, que estava praticamente desativado, foi um dos que mais recebeu investimentos. Foram aplicados R$ 179 milhões, o que o tornou um dos mais modernos da América Latina para embarque de mercadorias congeladas.
Iniciativa privada
Com base na lei federal de privatização dos portos, o governo abriu o setor para investimentos privados, mantendo a administração portuária sob controle do Estado. Em Paranaguá, empresas privadas implantaram e estão operando quatro modernos terminais: de movimentação de contêineres, de importação de fertilizantes, de movimentação de veículos e de movimentação de açúcar a granel.
“O Porto de Paranaguá funciona como um verdadeiro termômetro da economia e o aumento constante de cargas é um sólido indicador de que, apesar de todas as dificuldades, a economia do Paraná cresceu e se diversificou muito nos últimos anos”, afirmou o secretário Justus.
De 1994 a 2001, a movimentação de grãos, carga geral e granéis líquidos nos Portos de Paranaguá e Antonina passou de 17,4 milhões para 28,8 milhões de toneladas um aumento de 65%. A movimentação só nos dez primeiros meses deste ano é 45% maior que em todo o ano de 1994. O maior destaque é o setor de soja, farelo e outros grãos, cuja movimentação praticamente dobrou, passando de 10,8 milhões para 21 milhões de toneladas entre 94 e 2001.
Em 1994, o Porto de Paranaguá movimentou 893 veículos dos quais apenas 14 exportados. Com o surgimento do pólo automotivo paranaense, o número passou para 85.003 unidades, dos quais a maioria (59.176 unidades) enviada ao exterior. Hoje, os veículos já são o principal produto da pauta de exportações paranaenses e os EUA, mercado mais exigente do mundo, o principal comprador dos automóveis do Paraná.
Antonina
A maior parte dos R$ 179 milhões investidos em Antonina foi para o terminal privado Ponta do Félix, operado pela empresa Terminais Portuários da Ponta do Félix, vencedora da licitação para arrendamento feita pelo governo, em 1995. A implantação do terminal, a instalação da câmara frigorificada e mais o aprofundamento do canal (para permitir atracação de navios de maior porte) consumiram R$ 173 milhões.
O restante foi aplicado no antigo terminal Barão de Teffé, que continua público, mas teve sua operação transferida para a empresa Interportos. O Barão de Teffé está equipado com o guindaste flutuante de maior produtividade do País: o Gemini, que chega a movimentar 15 mil toneladas/dia.
Custo de manutenção é menor
Além de garantir mais segurança aos navios na navegação no Canal da Galheta, o novo sistema de sinalização náutica do Porto de Paranaguá tem custo de manutenção 50% menor que o antigo sistema, que substitui. “A manutenção nos custava R$ 1,3 milhão por ano. Agora, esse custo cai pela metade”, afirmou o superintendente do porto, Osíris Stenghel Guimarães.
“O novo modelo representa um avanço tecnológico muito grande e vai preencher as falhas do antigo sistema”, afirmou Guimarães. A demarcação do canal com sinais mais modernos e seguros vai atender uma área de 13 milhas náuticas, o que conferirá ao porto paranaense a maior obra de sinalização e balizamento do Brasil. O assessor da superintendência do porto, José Roberto da Silva Santos, afirmou que com a garantia de mais segurança à navegação, os benefícios comerciais ao terminal paranaense serão imediatos. “Os navios virão com maior segurança e freqüência aos portos do Paraná, pois sabem que encontrarão sinais náuticos de última geração”, disse ele.
A sinalização náutica substituída são as bóias luminosas que balizam a navegação dos navios nos canais que dão acesso ao porto de Paranaguá. Entre os Portos de Paranaguá e Antonina existem 65 sinais náuticos, dos quais 40 estão sendo substituídos este ano.