Brasília (AE) – O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, disse ontem que terá, ainda esta semana, uma nova reunião com autoridades paraguaias para tentar resolver o impasse em torno do pedido do governo de Assunção para que sejam alterados termos do acordo de Itaipu, referentes à dívida que o país vizinho tem com o Brasil por causa da construção da hidrelétrica. ?Nós avançamos bastante, mas não chegamos a uma conclusão ainda?, disse Rondeau, referindo-se a uma reunião mantida na semana passada, em Foz do Iguaçu, por ele e pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, com os ministros da Fazenda e de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai, respectivamente, Ernst Bergen e Panfilo Benitez.
Rondeau disse que o principal desejo do governo paraguaio é fazer com que a usina gere recursos adicionais para um fundo de desenvolvimento social compartilhado entre os dois países. Como o Brasil resiste a desindexar os juros da dívida da usina da inflação norte-americana, como querem os paraguaios, o lado brasileiro apresentou algumas alternativas de compensação às autoridades paraguaias. Uma delas seria aumentar de US$ 15 milhões para aproximadamente US$ 20 milhões por ano (metade para cada país) os recursos liberados pela usina a esse fundo de desenvolvimento social, incluindo esse aumento no orçamento da empresa.
O governo brasileiro assegurou, também, que, em caso de necessidade de energia em horários de pico do Paraguai, o país vizinho teria prioridade para receber energia excedente das duas novas turbinas que estão sendo instaladas na hidrelétrica binacional, que elevarão a capacidade de geração de Itaipu dos atuais 12,6 mil megawatts (MW) para 14 mil MW. A principal queixa do Paraguai diz respeito ao mecanismo conhecido como ?fator de ajuste? que acrescenta, aos juros anuais da dívida da empresa, o impacto da inflação americana. A dívida total de Itaipu soma US$ 19 bilhões e um dos maiores credores, com cerca de um terço desse total, é a estatal brasileira Eletrobrás.
