A nova empresa a ser criada com a integração dos ativos da Petrobras na Braskem, anunciada nesta sexta-feira (30), será a terceira maior petroquímica das Américas em capacidade de produção, com 3,250 milhões de toneladas anuais. A primeira colocada é a Dow, com 5,039 milhões de toneladas e a segunda é a Exxon, com 4,767 milhões de toneladas. De acordo com a Braskem, caso a Triunfo seja mesmo adicionada ao portfólio, a capacidade crescerá em 160 mil toneladas anuais de polietileno.

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Das demais empresas envolvidas no processo, a Copesul produz 1 250 milhão de toneladas anuais de eteno e 630 mil toneladas de propeno. A Ipiranga Petroquímica produz 550 mil toneladas de polietileno e 180 mil de polipropileno. Já a Petroquímica Paulínia vai adicionar 350 mil toneladas de polipropileno.

Com a integração, a Braskem se consolida como líder em participação de mercado no Brasil em diversos produtos. Fica com 60% do mercado de polietileno, 51% de polipropileno, 56% de PVC e 56% de resinas.

A operação traz uma sinergia de US$ 1,147 bilhão em valor presente líquido à empresa petroquímica, disse hoje seu presidente, José Carlos Grubisich. Sinergia é a ação conjunta de empresas, visando obter um desempenho melhor do que aquele demonstrado isoladamente. Desse total, US$ 409 milhões referem-se a ganhos financeiros.

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Em entrevista coletiva à imprensa para comentar o acordo, ele disse que a empresa resultante da integração tem, em valores atuais anualizados, receita bruta de US$ 11,4 bilhões, receita líquida de US$ 9,1 bilhões, geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) de US$ 1,7 bilhão, ativos de US$ 11,5 bilhões e exportações de US$ 2,3 bilhões.

De acordo com Grubisich, a integração não deve gerar reclamações do Cade, pois este entende que, no Brasil, a Braskem não é formadora de preços, mas os acata vindos de negociações no exterior. "Não vamos desequilibrar a cadeia produtiva e o Cade reconhece isso", disse.

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Votações

A Petrobras será um "minoritário relevante" na nova companhia petroquímica, disse o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. O presidente da Unipar, Roberto Garcia, informou que alguns temas específicos terão que ter unanimidade e consenso entre os acionistas para serem decididos e aprovados. Ou seja: algumas "questões importantes" precisarão de uma unanimidade para serem aprovadas pelo conselho de administração da empresa. Os executivos não informaram quais seriam essas questões importantes.

"Creio que seria mais certo dizer que deve haver consenso (na decisão desses tópicos importantes) e não que exista algum direito de veto", afirmou o sócio da Estarter Gestão e Finanças, Pércio de Souza – empresa de consultoria que ajudou na estruturação da nova empresa. Ainda de acordo com os executivos, não foi definido ainda número de conselheiros no conselho, nem qual seria o nome do presidente da nova companhia – que também ainda não tem nome.

BNDES

Unipar e Petrobras estão em negociação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que o banco, em seu braço de participações (o BNDESpar) "migre" sua participação na Riopol para a nova companhia petroquímica. A informação é do sócio da Estarter Gestão e Finanças, Pércio de Souza.

De acordo com ele, atualmente, o banco detém participação de 16 7% em ações ordinárias da Riopol, com opção de elevar essa participação para 25% das ações ON. Caso o banco exerça esse aumento de participação, ele poderia ter 6% das ações ON da nova empresa, de acordo com Souza.