Com investimento de US$ 50 milhões, a operadora de telefonia móvel Claro entra em operação em 40 cidades do Paraná até 30 de outubro. A terceira empresa de celular com cobertura estadual – depois da Tim e da Vivo – está concluindo a construção de torres e a instalação das estações rádio-base para cobrir Curitiba, Região Metropolitana, litoral e todas as cidades com mais de 150 mil habitantes com a tecnologia GSM – recentemente adotada pela Tim Sul. “Nosso projeto é ter a mesma cobertura da concorrente até o final do ano que vem. Se houver investimento deles, vamos acompanhar”, revela o diretor regional da Claro no Paraná e Santa Catarina, Raul Galhano.
Segunda maior operadora do País, com 8,5 milhões de assinantes em 16 estados, a Claro anunciou investimentos de US$ 500 milhões no País em agosto, na ocasião do lançamento da marca. A empresa, controlada pelo grupo mexicano America Mobil, está ingressando em quatro estados: Paraná, Santa Catarina, Bahia e Sergipe. A empresa está montando uma rede própria, compartilhando torres com outras operadoras. Em Londrina, os usuários da Claro compartilharão a rede GSM que está sendo construúida pela Sercomtel, com a qual a nova companhia firmou acordo de roaming.
No Paraná, a empresa vai gerar 700 empregos diretos e indiretos, nas áreas técnica, administrativa e comercial. “Montamos uma rede de distribuição e fechamos contrato com as maiores redes de varejo (Ponto Frio, Casas Bahia, Pernambucanas, C&A, Magazine Luiza) e hipermercados (Big, Carrefour, Extra)”, conta Galhano. Ao todo, serão 200 pontos de venda mais cinco lojas próprias.
Conforme o diretor, a Claro não irá buscar um público específico. “Temos produtos e serviços para todos os segmentos”, diz. Os 25 modelos de telefones que serão colocados à venda no final de outubro terão preços de R$ 99 a R$ 2,5 mil, desde os “low end” até os mais sofisticados, com visor colorido, câmera fotográfica e infra-estrutura para dados de 384 kps. “Essa configuração permite tirar fotos e mandar pela internet ou para outro celular”.
Mercado
A meta da empresa é atingir um terço de market share do mercado brasileiro de telefonia móvel até 2007. O mesmo percentual é esperado no Paraná, de acordo com Galhano. “Só 19,7% da população do Paraná tem celular, é uma penetração muito baixa em relação a estados vizinhos, como Rio Grande do Sul (35%) e São Paulo (32%), que têm o mesmo poder econômico”, compara. No Rio de Janeiro, 37% da população já tem telefone celular; a média nacional é 22%. “Há muito que crescer no Paraná, pelo fato de ser o último estado do Brasil a ter só duas operadoras e não ter concorrência. Quando a terceira operadora entrar, agressiva, com preços de aparelhos e planos mais baratos, vai movimentar o mercado”, analisa Galhano.
Dois grupos de consumidores potenciais estão na mira da Claro: a população de baixo poder aquisitivo, para a qual serão direcionadas ofertas de pré-pagos, e clientes insatisfeitos de outras operadoras. Já no início da operação, a Claro vai buscar inserção no mercado corporativo. Sendo a tecnologia de celular mais difundida no mundo, presente em mais de 70% dos aparelhos, o GSM tem como vantagem o ganho de escala. “Por causa do grande número de fornecedores, o telefone GSM é US$ 15 a US$ 20 mais barato que o mesmo modelo nas outras tecnologias”, cita Galhano. Nas versões mais sofisticadas, o desconto é ainda maior. Um aparelho com visor colorido e câmera pode ser encontrado na faixa de R$ 600, incluindo o chip – que carrega todas as informações do usuário (agenda, perfil, configurações, plano, serviços) e pode ser removido para outro aparelho.
A tecnologia é um dos diferenciais que a empresa pretende usar para atrair clientes. “O GSM é o último passo para a terceira geração (tecnologia de telefone com câmera, usada hoje no Japão e Coréia, com dados a 2 megabits), para a qual todas as operadoras devem migrar em cinco anos”, destaca o diretor da Claro.