Cafeicultores paranaenses, cujos perfis se encaixam no Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), terão uma nova modalidade de financiamento. A novidade foi lançada ontem na sede da Federação dos Trabalhadores da Agricultura no Estado do Paraná (Fetaep), em Curitiba. A assinatura do convênio, porém, irá acontecer no mês que vem, durante a Feira Agropecuária de Londrina.
Segundo o gerente de Mercado de Agronegócio do Banco do Brasil no Paraná, Sérgio Mantovani, a idéia é não apenas conceder crédito aos agricultores familiares que cultivam café, mas oferecer capacitação a eles. Nesse sentido, antes de solicitar a linha de financiamento junto ao Banco do Brasil, o produtor terá que se submeter a um curso de capacitação junto à Emater, também parceira do convênio. ?A primeira fase será de capacitação de técnicos e agricultores. Só depois haverá o acesso ao crédito tanto para os agricultores que quiserem iniciar nova lavoura quanto para quem quiser converter as antigas?, explicou Mantovani. Ele lembrou que o Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) já está desenvolvendo novas variedades de café, mais adequadas à realidade local.
?O agricultor terá que se preparar para receber o crédito?, salientou, acrescentando que o curso de capacitação é curto – de dois a três dias. Ao final, o agricultor assinará um compromisso para adotar técnicas mais modernas, com a finalidade de produzir café de maior qualidade. ?Ainda há muitos que trabalham no modelo tradicional, de menor produtividade?, lembrou.
Taxa de juros
De acordo com Mantovani, agricultores que fazem parte do Pronaf C (com rendimento bruto anual de até R$ 16 mil) poderão solicitar crédito de até R$ 6 mil. Para o Pronaf D (rendimento de até R$ 45 mil por ano), o crédito é de até R$ 18 mil e para o E (rendimento até R$ 80 mil) é R$ 36 mil. A taxa de juros fixa será de 3% ao ano para o Pronaf C e D e de 7,25% para o Pronaf E. O prazo para pagar o financiamento é de até oito anos, com carência de três a cinco anos. ?É uma linha muito atrativa?, destacou Mantovani. O crédito poderá ser utilizado tanto para custeio, quanto para investimento na implantação ou investimento na infra-estrutura.
Com a nova modalidade de crédito, a expectativa é aumentar entre 20% e 30% a área plantada de café no Paraná – atualmente, a cultura ocupa área aproximada de 100 mil hectares. ?A gente acredita que, até 2010, vamos renovar 40 mil hectares de café com as novas tecnologias, gerar 28 mil empregos fixos e 79 mil temporários?, apontou Mantovani. No Paraná, há atualmente cerca de 12 mil cafeicultores.
