Nova alta dos juros dificulta retomada do crescimento econômico, diz CNI

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a taxa básica de juros da economia brasileira em 0,50 ponto porcentual, para 13,25% ao ano, desestimulará ainda mais os investimentos e o consumo das famílias, avalia a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Diante desse cenário, a entidade avalia que aumentarão as dificuldades para a retomada da produção da indústria e do crescimento econômico.

Para a CNI, o fraco desempenho da economia, a valorização do real frente ao dólar e o ajuste nas contas públicas são suficientes para reduzir as pressões sobre a inflação. “Diante desse quadro, o Banco Central poderia rever a trajetória de aumento dos juros”, defende a CNI, em nota.

A Confederação aponta que as políticas monetária e fiscal devem ser complementadas por uma agenda que aumente a competitividade do País, priorizando medidas que tragam maior segurança jurídica às empresas. “Essa agenda melhoraria o ambiente de negócios, reduziria os custos da indústria, estimularia os investimentos e facilitaria a retomada do crescimento econômico”, cita a CNI.

ACSP

O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti, também criticou a decisão anunciada pelo Copom de elevar a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 13,25% ao ano.

“Apesar da alta da inflação, a decisão do Copom de elevar novamente a Selic foi equivocada porque o impacto dos aumentos anteriores da taxa ainda não se fez sentir integralmente sobre a economia. Além disso, todos os indicadores da atividade econômica, da produção industrial, das vendas do varejo e do desempenho dos serviços mostram sensível desaceleração”, afirmou Burti, em nota distribuída à imprensa.

Burti diz que acreditar que a Selic a partir de agora ficará estável. “Esperamos que o Banco Central tenha encerrado o processo de elevação dos juros e que o governo implemente efetivamente o ajuste fiscal com cortes de gastos – e não com aumentos de impostos – para que a economia possa se recuperar mais rapidamente”, afirmou.

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