Novas informações consideradas favoráveis envolvendo o impasse comercial entre Estados Unidos e China dão impulso ao Ibovespa, que pega carona na melhora dos índices futuros de Nova York. Por lá, o sinal há pouco era de queda, mas houve inversão após informações de fontes de que pode ocorrer um adiamento da imposição de novas barreiras tarifárias norte-americanas para produtos chineses. No fim de semana, fontes disseram que um acordo entre as potências pode ficar para 2020. Há a possibilidade de que a “fase 1” do acordo entre as duas potências não saia este ano.

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O Ibovespa, que iniciou o pregão na faixa dos 105 mil pontos, voltou a operar na marca dos 106 mil pontos, renovando máximas após a notícia, que também dá força para as cotações do petróleo externamente. Com isso, as ações PN da Petrobras avançam na faixa de 1%.

Às 10h36, o Ibovespa subia 0,60% (106.495,24 pontos), na máxima.

Além disso, o índice de atividade regional da distrital da Filadélfia do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) também agradou, ao subir de 5,6 em outubro para 10,4 em novembro, ficando acima do esperado.

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Apesar desse movimento, analistas afirmam que o cenário continua sendo de cautela na B3 na volta do feriado da Consciência Negra, ontem, quando ficou fechada. As notícias sobre a guerra comercial são divergentes e, além disso, operadores citam a ausência de notícias internas para dar ânimo à Bolsa.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que a China não está “adotando o nível” que ele deseja nas negociações comerciais e voltou a dizer que Pequim deseja mais um acordo do que Washington. Já nesta manhã, a Dow Jones Newswires informou que o vice-primeiro-ministro chinês Liu He convidou o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, para uma nova rodada de discussões comerciais em Pequim, de acordo com fontes.

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“Ninguém mais acredita que isso vá ser concluído logo. Tem de esperar para ver o que acontecerá. Chega uma hora que isso cansa, mas ainda é o que tem conduzido o mercado”, diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença DTVM.

Sem expectativas de avanço no tema guerra comercial por ora, o operador acredita que a Bolsa só pode ter algum impulso com notícias internas. “Só se tiver algo novo que mude o jogo, como algo sobre o desempenho melhor da economia ou sobre privatização”, cita.

Internamente, acrescenta nota da MCM Consultores, o momento continua desfavorável para os ativos brasileiros. “Ambiente externo segue com maior aversão ao risco e internamente, prevalece a baixa expectativa de avanço da agenda econômica no Congresso a curto prazo.”

Ontem, quando a B3 ficou fechada, a maioria das bolsas internacionais fechou em baixa. No dia anterior, na terça, o Ibovespa encerrou o pregão em baixa de 0,38%, aos 105.864,18 pontos.

Nesta manhã, os investidores avaliam a ata do Banco Central Europeu (BCE). O documento reforçou que os dados da zona do euro sugerem fraqueza, que pode persistir mais que o previsto em setembro. Ontem, ata do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) sinalizou, conforme analistas, que o BC não deve cortar novamente os juros em dezembro.

Por aqui, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse ontem que a instituição agirá por meio da política monetária, e não do câmbio, para conter riscos à inflação.