A capital de São Paulo continua a ser o motor da indústria automobilística brasileira. É, isolada, a maior consumidora de veículos novos do País, mas vem perdendo espaço para cidades que antes tinham pouca representatividade no mapa de vendas.

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Nos últimos quatro anos, as vendas de carros novos em São Paulo cresceram 15%, enquanto o mercado total teve salto de 42%, de 2,33 milhões de unidades em 2007 para 3,3 milhões no ano passado. No mesmo período, Salvador e Recife apresentaram aumento de mais de 50%. Em Teresina, foi de 74% e em Campo Grande de 60%. João Pessoa e Aracaju venderam 49% e 47% a mais, respectivamente. Juntas, as seis capitais licenciaram quase 230 mil veículos em 2010. São Paulo, sozinha, vendeu 375 mil unidades, mas sua participação no bolo total caiu de 14% em 2007 para 11% no ano passado.

O que está ocorrendo nas demais capitais e outras grandes cidades do País no setor automotivo é o retrato do papel que a força das Regiões Norte, Nordeste e até Centro-Oeste está desempenhando na economia brasileira.

“Em São Paulo, basicamente o mercado é de substituição”, afirma Sérgio Habib, presidente do Grupo SHC, que inaugurou, na sexta-feira, 46 revendas de veículos da marca chinesa JAC em 28 cidades do País, entre as quais Recife, João Pessoa e Belém. “O Norte e o Nordeste é onde o Brasil está crescendo, além de regiões agrícolas, como Uberaba e Uberlândia.”

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Maior renda, mais massa salarial, juros acessíveis, prazos longos no financiamento, confiança na economia e preços estagnados estão puxando as vendas de automóveis no País todo, mas nas regiões antes menos favorecidas o impacto é mais percebido, diz o sócio da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), Marcelo Cioffi. “Se o círculo de crescimento da economia, dos empregos e da renda continuar, essas regiões têm potencial de crescer muito mais do que o Sul e o Sudeste e passar a puxar mais o mercado automobilístico”, avalia Cioffi.

Outro fator que deve contribuir é o potencial de mercado quando analisado o número de habitantes por veículo. No Estado de São Paulo, a paridade é de 4,7 habitantes por carro. No Rio Grande do Sul é 5,48, em Pernambuco 13,5, e na Bahia, 16,6. “O Sul e o Sudeste têm menos densidade e, portanto, menor potencial de crescimento em relação às outras regiões”, afirma o consultor da PwC. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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