O Nordeste está ?mais rico?. De cimento a perfumes, as famílias da região devem gastar só neste ano US$ 117,6 bilhões, mais que o Produto Interno Bruto (PIB) do Chile em 2006. São quase US$ 70 bilhões a mais em relação ao dinheiro que girou há cinco anos na região. O resultado está acima da média do País para o período, de 126,3%, e do desempenho do Sudeste (120,9%), revela o estudo ?Brasil em Foco?, concluído pela consultoria Target Marketing.

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A consultoria, especializada em pesquisa de mercado, estimou o potencial de consumo de cada região do País em 2007 e 2002. A projeção foi feita a partir das contas nacionais e da estrutura de gastos dos brasileiros medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados foram cruzados com informações paralelas, de outras fontes de pesquisa.

Também em termos relativos as famílias do Nordeste e do Norte ampliaram suas fatias no bolo do consumo nacional. O Nordeste respondia por 15,6% do consumo em 2002 e a região Norte por 4,2%. Até dezembro deste ano, a participação do Nordeste será de 16,9% e a do Norte, 5,5%, calcula o diretor da consultoria e responsável pelo estudo, Marcos Pazzini.

?Para o Norte e o Nordeste terem crescido, outras regiões perderam participação?, diz o consultor. Afetados pela crise do agronegócio e do câmbio, o Sul e o Sudeste perderam fôlego na dinâmica do consumo. Tanto é que as compras das famílias do Nordeste já equivalem às do Sul, a segunda região mais rica, atrás do Sudeste. Benefícios sociais, aumento do salário mínimo e a chegada de muitas empresas na região explicam essa montanha de dinheiro no Nordeste. O McDonald?s, por exemplo, já contabiliza os resultados. Os restaurantes instalados no Nordeste registram há 36 meses consecutivos crescimento nas vendas. ?Um período tão longo de crescimento não ocorria desde 1999?, diz o diretor de Marketing, Daniel Arantes. Nas 49 lojas no Nordeste, as vendas aumentaram um ponto porcentual acima da média nacional.

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Os consumidores do Nordeste também estão ávidos por artigos de higiene e beleza. Artur Grymbaum, vice-presidente do O Boticário, confirma o aquecimento do consumo na região. No primeiro trimestre, as vendas nas lojas do Nordeste aumentaram 14,6% ante igual período de 2006. O desempenho superou o de outras regiões.