O nível de endividamento das famílias brasileiras ficou 62,5% em agosto, segundo a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), apurada pela CNC e divulgada nesta terça-feira (23). O resultado representa uma queda em relação aos 63,5% registrados em julho e constitui o terceiro mês consecutivo com baixa nas taxas de endividamento. Apesar disto, o patamar ainda é superior ao registrado no mesmo período de 2010 (59,1%).
A pesquisa revela ainda que 24,4% das famílias fechariam o mês de agosto com contas ou dívidas em atraso, ante 23,7% em julho e 24,7% em agosto de 2010. Mas, destas, 8,2% declararam que não teriam condições de quitar seus débitos – um percentual estável em relação aos 8,1% apurados no mês passado e uma queda considerável em relação aos 8,8% de agosto de 2010.
O tempo médio de atraso no pagamento das dívidas é de 57,5 dias – inferior aos 59,9 apurados em agosto do ano passado. Já o tempo médio de comprometimento é de 6,9 meses e a parcela média da renda comprometida é de 30%.
“A melhora na percepção em relação à capacidade de pagamento confirma uma deterioração em ritmo moderado, compatível com a desaceleração gradual da economia brasileira”, afirma a economista Marianne Hanson.
Para o economista-chefe da CNC, Carlos Thadeu de Freitas Gomes, “a primeira pesquisa feita após a crise mostra que os brasileiros estão mais propensos a pagar suas dívidas em dia, provavelmente com medo de que a crise aumente, no futuro”.
Contas a pagar
Segundo os dados divulgados pela CNC, 72,8% das dívidas se referem aos gastos com cartões de crédito. Em seguida, com 25,6%, vêm as despesas com carnês de pagamentos. Com 10,1% estão os atrasados no pagamento do financiamento do carro; crédito pessoal (9,4%) e cheque especial (7,4%).