O nível de emprego com carteira assinada no Paraná cresceu 0,68% em setembro, correspondendo à criação de 10.235 novas vagas. Com este resultado, o número estimado de trabalhadores no mercado formal do Estado passou para 1.484.833 pessoas. Porém a expansão foi menor que a média nacional de 0,74%. Os dados foram apresentados ontem pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Emprego.
“Setembro é sempre um mês de bom nível de emprego, mas o resultado desse ano superou as expectativas. Considerando o baixo nível de atividade econômica, sinaliza retomada de crescimento”, analisa o economista Cid Cordeiro, supervisor técnico do escritório do Dieese no Paraná. “Apesar do crescimento do emprego, há um dado preocupante, que é o aumento do desemprego”, aponta. Segundo o economista, isso decorre do crescimento da População Economicamente Ativa aliado à redução da ocupação informal.
Pelos dados coletados pelo Dieese, a taxa de desemprego média no período de janeiro a setembro foi de 19,01%, ante 17,34% em igual período do ano passado. Os índices do IBGE ficaram em 7,33% nesse ano, contra 6,24% em 2001. “Embora os dois indicadores tenham metodologias diferentes, apontam a tendência de aumento de desemprego”, enfatiza. “Os indicadores de desemprego do Dieese e IBGE devem fechar o ano com uma das maiores taxas das séries históricas, conmo conseqüência do baixo crescimento econômico do País em 2002”. O Banco Central estima que o PIB fique entre 1% e 1,5% nesse ano.
Setores
Dos 10.235 postos de trabalho abertos em setembro no Paraná, 59,17% foram gerados no interior do Estado (5.909). Porém ao contrário dos meses anteriores, a Região Metropolitana de Curitiba (RMC) teve melhor resultado que o interior, com crescimento de 0,71%, equivalendo à abertura de 4.326 empregos. Foi o melhor resultado da RMC nos últimos doze meses, superando a média nacional das regiões metropolitanas de 0,64%. Com este desempenho, a RMC passou a ter 606.281 trabalhadores com carteira.
A alta do emprego paranaense em setembro foi puxada por comércio, indústria de transformação e serviços, que geraram, respectivamente, 4.081, 3.481 e 2.926 vagas. No acumulado do ano, o Paraná criou 81.184 empregos formais, com crescimento de 5,78%, o nono maior entre os estados brasileiros. Esse resultado reflete o bom desempenho da agricultura, que criou 13.361 vagas. Nos últimos doze meses, foram gerados 59.208 postos no Estado (3,96% de variação). Nesse comparativo, a expansão do emprego está concentrada na indústria da transformação (27.381 vagas), seguida de comércio (19.547) e serviços (18.259).
Perspectivas
Para os dois meses finais do ano, Cordeiro projeta retração na taxa de desemprego. “Com a definição do quadro eleitoral e redução da volatilidade da Bolsa e dólar, a expectativa é de boas vendas no Natal”, comenta. Se o nível de emprego repetir a performance de outubro a dezembro de 2001, o Paraná perderia 20 mil empregos, fechando o ano com abertura de 61 mil vagas novas.