Nível de desemprego deve permanecer baixo, diz FGV

O mercado de trabalho mantém o quadro de estabilidade, com baixo nível de desemprego, e deve se manter assim por pelo menos três meses, projetou o economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), Fernando Barbosa Filho. “Não existe nenhuma tendência de que o emprego vai aumentar ou diminuir nos próximos meses. O mercado de trabalho brasileiro continua aquecido”, afirmou.

Nesta segunda-feira o Ibre/FGV divulgou os indicadores do mercado de trabalho. O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) e o Indicador Coincidente do Desemprego (ICD) apontaram recuo de 0,3% em fevereiro, o que é considerado um sinal de estabilidade pelo economista. Ele argumenta que as estatísticas de emprego divulgadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego no início do mês, apresentaram um quadro pior do que o da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) porque há uma diferença na região pesquisada, já que a PME concentra-se nas regiões metropolitanas. “Apenas se o Caged persistir com taxas negativas será configurada uma tendência”, acredita Barbosa Filho.

Em 2013, o Caged registrou o pior desempenho para um mês de janeiro na criação de postos de trabalho com carteira assinada desde 2009. No primeiro mês do ano, o ministério registrou um saldo de 118,89 mil postos de trabalho, 76% menos do que em janeiro do ano passado.

Por enquanto, a avaliação sobre o mercado de trabalho é a mesma de meses anteriores. A indústria continua sentindo os efeitos do aquecimento do mercado de trabalho e da manutenção da renda em patamar elevado, com consequente elevação do custo unitário da mão de obra na indústria, que pressiona os custos e as margens do setor. Ainda assim, a avaliação do economista do Ibre/FGV é que os efeitos sobre a indústria não irão comprometer a recuperação da economia neste ano, que deverá ser puxada pelo setor de serviços.

Ele ressalta que em fevereiro o setor de serviços demonstrou um pouco mais de pessimismo com o comportamento do mercado de trabalho nos próximos três meses. “Se o setor de serviços começar a contratar menos, aí sim a economia irá sentir. Mas, por enquanto, não há uma tendência de alteração do mercado”, disse o economista do Ibre/FGV, que afirma ser impossível projetar o fôlego do setor de serviços para manter o emprego no atual patamar.

A sua avaliação é que os indicadores divulgados nesta segunda-feira são uma boa notícia para o governo. “Não é o PIB (Produto Interno Bruto) que interessa. As pessoas querem saber se tem dinheiro no bolso e se estão empregadas”, ressaltou.

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