Uma nova leva de empresas deve começar amanhã a utilizar a Nota Fiscal eletrônica (NF-e). Agora, é a vez de fabricantes de produtos como móveis, vestuário e uma série de gêneros alimentícios, entre outros, bem como atacadistas de vários produtos.
As companhias que ainda não começaram a implantação dos sistemas para emitir o documento dificilmente conseguirão cumprir o prazo, que vale para empresas de qualquer tamanho.
Atualmente, mais de 18 mil estabelecimentos paranaenses já emitem notas fiscais eletrônicas, de acordo com a Secretaria da Fazenda do Paraná (Sefa-PR). A inclusão de atividades econômicas que passa a vigorar amanhã será a sexta, desde o início da implantação do documento digital no País, em 2008.
Desde então, o órgão já autorizou mais de 83 milhões de notas no Estado. Só em maio, 7,57 milhões de documentos nesse formato foram autorizados. A Sefa-PR já considera que a implantação da NF-e está em fase final.
Além da adição de novos setores, amanhã, está programada apenas mais uma inclusão, daqui a três meses. A partir do dia 1º de outubro, operações interestaduais, com órgãos públicos e de comércio exterior, independentemente do ramo de atividade da empresa, também estarão obrigadas a emitir a nota eletrônica.
Pequenas
A contadora Lucélia Lecheta, que também é membro do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná (CRC-PR), diz que a maioria das empresas que atende estão prontas para emitir a NF-e.
Ela explica que as empresas menores costumam ser as que passam por mais dificuldades na implantação dos sistemas que emitem a nota fiscal eletrônica. “A obrigação é para os grandes e pequenos”, lembra.
Uma das dificuldades que a contadora aponta, principalmente no caso das empresas pequenas, é com a conexão com a internet, necessária para transmissão dos dados aos órgãos fiscalizadores. Em Mandirituba, por exemplo, onde ela tem escritório, muitos locais não têm cobertura de banda larga.
Outro problema é que a implantação não é exatamente barata, segundo Lecheta. Antes de tudo, é preciso obter uma certificação digital, mesmo que a companhia já possua o documento utilizado nos procedimentos do Simples.
Na Serasa Experian, que é uma das instituições credenciadas para fornecer o certificado, o documento mais barato custa R$ 250 e tem prazo de validade de um ano.
O outro custo é do software. Os preços costumam variar de acordo com o sistema adotado e o método de cobrança. Lecheta lembra que existe um programa gratuito, que foi confeccionado pela Receita Estadual de São Paulo. Porém, como sua implantação e manutenção não é simples, é provável que a companhia necessite contratar um serviço de suporte.
Implantação
De acordo com o diretor de Relacionamento com o Cliente da EBS Sistemas, Carlos Dias, é possível implantar um sistema para emissão da NF-e em pelo menos 15 horas, desde que a empresa já possua o certificado digital e esteja homologada pela Secretaria da Fazenda.
“Quem não fez nada disso até agora, não vai conseguir cumprir o prazo”, alerta. Ele conta que, depois de implantado, o sistema exige uma mudança de cultura nas empresas. “Como exige um certo conhecimento de informática, é complicado no início, para certas pessoas”, diz.