New Holland aposta nos pequenos agricultores

Para minimizar os prejuízos com a crise da agricultura, que provocaram uma redução de 32,8% no mercado de colheitadeiras no Brasil no ano passado, a New Holland vem apostando em novos setores. Entre eles, hortifruti, cana e florestal, que renderam ao setor de tratores um incremento nas vendas. Do total de cerca de 4 mil unidades vendidas no ano passado, perto de 1,5 mil foram para atender esses segmentos. Neste ano a empresa está apostando no agricultor familiar, para o qual irá lançar no segundo semestre um trator multifuncional. Ele será fabricado na planta de Curitiba, e a New Hol-land aposta conquistar, em dois anos, 25% desse mercado – que hoje é liderado por apenas duas marcas.

O vice-presidente da Case New Holland para a América Latina, Frascesco Pallaro, que esteve ontem em Curitiba, falou sobre a situação da empresa dentro do atual cenário brasileiro, que nos últimos anos vem registrando quedas significativas. Uma evolução do setor mostra que em 2004 a venda de tratores, que era de 24 mil unidades, caiu para 18 mil no ano de 2005, e 20 mil em 2006. O mesmo aconteceu com as colheitadeiras, que passou de 2004 – quando era líder mundial – de 5,6 mil unidades, para 1,5 mil em 2005 e 1.030 máquinas em 2006. Segundo Pallaro, a crise agrícola pegou todos despreparados, mas acabou despertando novas possibilidades de investimentos.

Foi o caso da criação dos segmentos nas áreas de florestal, hortifruti e cana. ?Foi uma crise de grãos, pois os outros setores ficaram bem, o que nos ajudou a descobrir novas possibilidades?, disse o vice-presidente. Com isso, ele garantiu que o mercado de tratores já teve uma reação em 2006, o que não aconteceu com as colheitadeiras. Neste ano, também os tratores impulsionados pela cana, mostram reações positivas. E apostando nesse segmento de baixa potência – com máquinas abaixo de 100 hps – a New Holland irá entrar no segmento popular, voltando para a agricultora familiar. A empresa está esperando a criação de linhas especiais de financiamento do governo para essa categoria.

Também para esse ano a empresa espera um crescimento de 10% nas vendas, de tratores e colheitadeiras. Os investimentos nas fábricas brasileiras – Curitiba, Piracicaba e Contagem – deve se manter em US$ 30 milhões/ano – que é média dos últimos cinco anos. Para a unidade de Curitiba, a New Holland espera conseguir aumentar o volume de produção, já que hoje opera com metade da sua capacidade. Em relação ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) anunciado pelo governo federal, Frascesco Pallaro comentou que ele não prevê nada para o agronegócio, que só deverá ser beneficiado a longo prazo e de forma indireta. 

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