O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Marcelo Neri, afirmou nesta segunda-feira, 12, hoje que um dos principais desafios enfrentados pelo País atualmente é o avanço na economia em ritmo menos intenso do que o consumo e a vida privada. “As pessoas compram carros, mas a infraestrutura não acompanha. As pessoas viajam, mas os aeroportos não têm capacidade. Existe um descompasso entre a vida privada e as ações públicas”, disse, durante participação no XXVI Fórum Nacional, no Rio.
Segundo Neri, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 27,8% no acumulado da última década. Enquanto isso, ressaltou o ministro, a renda média avançou 52%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), enquanto o extrato dos 10% mais pobres tiveram ganhos de 106% na renda no período.
“Isso é novo no Brasil, já que o econômico sempre andou na frente do social. Sempre fomos um País de investimento em capital físico, não humano”, ressaltou, destacando o ganho social conquistado nos últimos anos e a queda da desigualdade.
Apesar disso, Neri afirmou que, nos anos mais recentes, o crescimento da renda do trabalhador se explica pelo reajuste nos salários. “Isso sinaliza escassez de mão de obra, o que é um grande desafio e um grande problema”, disse.
O ministro ainda afirmou que as questões de produtividade e poupança são duas limitações do País. Ele defendeu políticas de expansão do ensino técnico e de atração de talentos do exterior. “Além disso, precisamos reforçar a poupança das famílias”, destacou, atentando para a necessidade disso para o crescimento econômico do Brasil.
O ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso, presidente do Fórum, também destacou a necessidade de criar oportunidades para todos. “Elevado crescimento do PIB não é suficiente”, disse. Ele destacou que faltam, no Brasil, políticas para educação de qualidade e de geração de empregos. “Existe a necessidade de transformar propostas em realidade para que o País saia da crise sociopolítica em que se encontra e volte a crescer 5% ao ano”, afirmou.