Nem sempre conserto de eletrônico vale a pena

Foi-se o tempo em que as pessoas compravam um eletrodoméstico ou eletroportátil e o mesmo era utilizado por quase toda a vida, muitas vezes até passando de uma geração para outra.

Atualmente, inclusive na área de informática, a maioria dos consumidores tem preferido comprar um produto novo a consertar o antigo. Isto vem fazendo com que a procura pelos estabelecimentos que prestam serviços de assistência técnica diminua.

Segundo o especialista em estudos estratégicos de comportamento do consumidor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), Sérgio Lage Carvalho, o conserto ou a substituição depende muito da categoria do produto e da relação que o proprietário tem com o mesmo.

Porém, são vários os motivos que levam à opção da compra de um artigo novo. Entre eles, o fato de a indústria estar sempre lançando novidades e com tecnologias mais avançadas, de os produtores terem sempre funcionalidades a mais e de o preço do conserto muitas vezes ser semelhante ao preço do produto novo.

“Percebemos que, atualmente, os produtos têm menos durabilidade e que há uma tendência de o consumidor adquirir artigos novos e não consertar os antigos. Eu mesma já passei pela experiência, quando minha máquina fotográfica estragou e o valor do conserto era o mesmo de uma máquina nova. Acabei jogando a máquina antiga no lixo. Porém, acho que temos que repensar a questão do descarte de produtos e refletir sobre consumo consciente, sustentabilidade e geração de lixo”, diz a consultora do Sebrae-PR, Walderes Bello.

O responsável pela Supplies Assistência Técnica Multimarcas, que funciona no bairro Fanny, em Curitiba, Marcelo Ricardo dos Santos, confirma que houve queda na procura por assistência.

Ele conta que isto vem acontecendo com mais intensidade ao longo dos últimos quatro anos e que as pessoas que trabalham na área estão tendo que agregar valores a seus negócios para conseguir continuar no mercado.

“A queda na procura por assistência é ruim, mas também abre novas oportunidades de negócios. Há cinco anos, eu só prestava serviços. Hoje, também comercializo algumas máquinas e insumos e trabalho com remanufaturados. É desta forma que consigo me manter no mercado”, comenta.

Como exemplo do motivo pelo qual as pessoas preferem comprar um equipamento novo a consertar o que está estragado, Marcelo cita o valor de uma impressora jato de tinta.

“Atualmente, a impressora custa cerca de R$ 190,00. Porém, se queima a placa lógica do equipamento, a substituição da peça custa R$ 100,00, mais de 50% do valor total do produto. Em função disso, as pessoas acabam preferindo comprar uma impressora nova e de maneira facilitada.”

Para críticas ou sugestões, consumidor@oestadodoparana.com.br.

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