A crise na Líbia continuou espalhando aversão a risco no mercado financeiro e patrocinou mais um dia de baixa à Bovespa. O índice à vista perdeu mais um patamar, retornando aos 66 mil pontos, e só não teve uma queda maior por causa do desempenho da Petrobras. As ações se beneficiaram da disparada do petróleo.
O Ibovespa terminou o dia em queda de 1,22%, aos 66.439,83 pontos. Na mínima, o índice registrou 66.342 pontos (-1,36%) e, na máxima, 67.570 pontos (+0,46%). No mês, o índice voltou a acumular queda, de 0,20% e, no ano, cai 4,13%. O giro financeiro totalizou R$ 8,446 bilhões.
A situação na Líbia se agravou nas últimas horas, com a violenta repressão às manifestações contra o coronel Muamar Kadafi. Os portos foram fechados, duas empresas já paralisaram quase ou totalmente sua produção de petróleo no país, e a tribo Zawiya tomou o controle de três campos estatais de petróleo.
Na Nymex, o contrato para março (que venceu hoje) subiu 8,55%, para US$ 93,57 o barril, enquanto o de abril avançou 6,36%, a US$ 95,42. Em Londres, o Brent superou os US$ 107 o barril durante o dia.
As bolsas terminaram em queda ao redor do globo. Nos EUA, os investidores retornaram do feriado do Dia do Presidente em clima negativo. O Dow Jones terminou em baixa de 1,44%, aos 12.212,79 pontos, o S&P, de 2,05%, aos 1.315,44 pontos, e o Nasdaq de 2,74%, aos 2.756,42 pontos. O mercado deu de ombros para os indicadores divulgados por lá hoje.
No Brasil, a alta do petróleo fez os papéis da Petrobras, novamente, registrarem forte avanço. A ação ON subiu 1,91% e a PN, 1,35%.
Hoje, poucos papéis subiram no índice. Siderurgia e bancos caíram em bloco, assim como construção civil e varejo. Na esteira da queda dos metais, Vale ON terminou em baixa de 2% e Vale PNA, de 1,83%.
Câmbio
O Banco Central fez logo no início da sessão vespertina do mercado de câmbio um leilão de swap cambial reverso e, em seguida, um leilão de compra à vista e conseguiu mover o dólar no balcão da mínima intraday, de R$ 1,665 (-0,12%), para a máxima, de R$$ 1,6710 (+0,24%). Depois, a moeda desacelerou um pouco, mas em seguida renovou a máxima no balcão para R$ 1,6720, alta de 0,30%, que coincidiu com o valor de fechamento. Na BM&F, o dólar pronto encerrou com ganho de 0,19%, cotado a R$ 1,6697. O fluxo cambial melhorou hoje assim como a volatilidade foi um pouco mais acentuada na sessão, favorecendo um aumento dos negócios, segundo um operador de uma corretora. Até às 16h08, o giro financeiro em D+2 somava cerca de US$ 2,1 bilhões.
A ação da autoridade monetária colocou a moeda à vista em sintonia com a leve valorização do dólar ante o euro, embora no exterior o porto seguro dos investidores continue sendo o franco suíço.
No mercado futuro às 16h47, o dólar que vence em 1º de março próximo projetava alta de 0,12%, para R$ 1,6730, com um volume financeiro de US$ 16,257 bilhões. O total movimentado com seis vencimentos somava cerca de US$ 17,139 bilhões.
Na operação de compra à vista, a taxa de corte definida pelo BC ficou em R$ 1,6706.
Por volta das 16h47, o dólar operava a 0,9380 franco, de 0,9469 franco no fim da tarde de ontem, enquanto às 15h50 o euro recuava para 1,2813 franco, de 1,2950 franco ontem.
No fim da tarde, o euro estava em US$ 1,3665, de US$ 1,3679 ontem.
Juros
O DI janeiro de 2012 (278.105 contratos), estável, marcava 12,42%. O DI janeiro de 2013 (242.675 contratos) estava em 12,69%, de 12,75% no ajuste. O DI janeiro de 2017 (21.575 contratos) cedia a 12,38%, de 12,42% no ajuste de ontem. O DI janeiro de 2021 (3.065 contratos) recuava à mínima de 12,27%, de 12,33% no ajuste.