Nem alta do juro nos EUA segura queda do dólar

O dólar caiu e fechou abaixo de R$ 2,70 pela primeira vez em duas semanas devido à expectativa de entrada de recursos externos e à pausa nas intervenções do Banco Central. Desde a quinta-feira passada não são realizados leilões de compra de divisas. A moeda dos EUA encerrou em baixa de 1,06%, vendida a R$ 2,698, em um dia de negócios travados devido à espera pela decisão dos EUA sobre os juros. Na última hora de transações, o Fed (Federal Reserve) anunciou a sétima alta da taxa, em 0,25 ponto percentual, para 2,75% ao ano.

A nota do Fed contrariou as especulações dos últimos dias e voltou a indicar um ritmo ?moderado? para o processo de alta dos juros. No entanto, o comunicado fez alertas sobre o aumento das pressões inflacionárias, como a recente disparada do petróleo.

Mas essa avaliação mais pessimista sobre a nota do Fed só ganhou força na reta final dos negócios no mercado de câmbio e deve pressionar hoje a taxa de câmbio.

O rendimento dos títulos do Tesouro americano disparou para 4,60% após o anúncio do Fed. O risco Brasil saiu de uma queda de mais de 2% para uma alta de 0,68%. A Bovespa também mudou de direção e caiu.

Com a alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano, os grandes investidores (bancos e fundos) tendem a retirar seus recursos dos mercados emergentes, migrando para aplicações nos EUA.

Apesar dos receios dos bancos, o fluxo de capital para o Brasil segue positivo, graças principalmente às exportações e aos empréstimos no mercado internacional. Anteontem, o Banco Mercantil do Brasil fechou uma captação externa de US$ 30 milhões.

Desde a semana passada, os operadores comentam que estão no forno emissões da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Votorantim, Braskem e Camargo Corrêa – apesar da forte alta do risco Brasil neste mês, que baliza o custo dessas operações.

Na manhã de ontem, foi divulgada nos EUA a inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês). Em fevereiro, ficou em 0,4%, dentro do esperado. O núcleo da inflação foi de 0,1%, um pouco abaixo das expectativas.

O comportamento dos preços é monitorado pelo Fed na hora de definir seu discurso sobre o futuro dos juros. Hoje será divulgada a inflação ao consumidor nos EUA (CPI, na sigla em inglês).

Bovespa

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acelerou abruptamente o ritmo de queda e encerrou o pregão viva-voz ontem com perda de 2,89%, com o Índice Bovespa em 26.618 pontos.

A queda da bolsa é reflexo da disparada dos juros pagos pelos ??treasuries??, títulos do Tesouro americano. Esses, por sua vez, respondem à interpretação dos investidores de que o Federal Reserve poderá elevar o ritmo de aumentos dos juros americanos. 

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