O Brasil tem hoje, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 61 milhões de jovens entre 15 e 34 anos de idade. Destes, aproximadamente 22 milhões não têm uma colocação profissional.
Com o objetivo de mudar esta realidade, a Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conage) vem incentivando a busca do primeiro negócio como alternativa ao primeiro emprego. Para discutir o assunto, a entidade reuniu ontem, na sede da Associação Comercial do Paraná (ACP), em Curitiba, jovens empresários de vinte estados brasileiros.
Na opinião do coordenador de Jovens Empresários da ACP, Gustavo de Paula, a tradicional relação empregador/empregado – quando o jovem sai da universidade e vai bater na porta das empresas em busca de contratação – já não é mais comportada pelo mercado de trabalho. Desta forma, os recém-formados devem se tornar empreendedores, buscando descobrir demandas e oportunidades.
?O grande problema é que no Brasil, ao contrário do que acontece em países desenvolvidos, as pessoas são empreendedoras por falta de opção e não por necessidade?, comenta. ?Os jovens não recebem noções de empreendedorismo na escola e muito poucas no ensino superior. Despreparados, acabam não tendo um plano de negócio e investindo em áreas que não conhecem de forma profunda. Prova disso é que o Brasil é um dos países que mais abre empresas, mas também um dos que mais fecha?.
Para evitar o abre e fecha, além de defender a capacitação dos jovens, os integrantes da Conaje trabalham pela aprovação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, que está em andamento no Congresso Nacional e promete trazer uma série de facilidades ao empresariado brasileiro. ?A lei traz uma série de ferramentas que vão beneficiar jovens e não jovens, promovendo a desburocratização no processo de abertura, funcionamento e encerramento de empresas?, afirma o presidente da confederação, Doreni Caramori Júnior.
Visando aumentar a competitividade das empresas que se encontram em fase inicial, Doreni revela que a Conaje vem se esforçando para fazer com que a lei contenha um dispositivo que contemple as empresas com isenção tributária durante todo o primeiro ano de funcionamento. ?Isto dá tempo aos empreendedores de conquistarem clientes e também incentiva a formalização de diversas empresas que atualmente se mantêm na informalidade?, finaliza.