Todas as negociações coletivas realizadas no Paraná no primeiro semestre tiveram reajuste igual ou superior à inflação, enquanto no País este percentual foi de 91,5%. É o que revela balanço do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No Estado o aumento real médio nos salários foi de 1,30%, superando o ganho nacional de 1,19%.
Dos 328 acordos coletivos monitorados pelo Dieese no Brasil, 27 foram celebrados no Paraná. “No primeiro semestre, o melhor desempenho foi registrado no comércio, com ganho real de 1,32%, seguido por indústria e serviços, ambos com 1,22%”, aponta o economista Sandro Silva, do Dieese.
Segundo ele, já se esperava que os ganhos reais no primeiro semestre fossem menores que no mesmo período do ano passado por causa do fraco crescimento da economia. “O principal fator que influenciou nas negociações foi a aceleração da inflação. Quando conquistado, o ganho real foi em patamar inferior ao de 2012”. Outro aspecto que impactou o fechamento dos acordos, conforme o economista, foi o reajuste menor do salário mínimo (9% contra 14,3% no ano passado). Em todo o País, 85% das categorias tiveram altas reais nos primeiros seis meses de 2013.
Data-base
Para a segunda metade do ano, Silva acredita que o crescimento maior da economia, aliado à inflação menor, possibilite melhor ambiente para negociações coletivas e ganhos reais maiores. “As categorias com data-base no segundo semestre vão negociar com inflação entre 5,5% e 6%, contra o recorde de 7,1% em abril”, compara. Setores com grande contingente de trabalhadores ainda vão fechar acordos salariais este ano, como bancários, petroleiros, metalúrgicos, funcionários da indústria de alimentação e de empresas como Copel e Itaipu.