São Paulo

  – A estagnação da economia e a crise deflagrada pela disparada do dólar vão afetar dez milhões de trabalhadores que têm data-base neste segundo semestre. A previsão é que as negociações envolvendo categorias como petroleiros, bancários e metalúrgicos sejam ainda mais difíceis do que em anos anteriores.

As duas principais centrais sindicais do País, CUT e Força Sindical, partiram para a briga com estratégias diferentes. A primeira antecipou o início das conversas com as empresas, mas admite que a simples reposição da inflação passada já será um sucesso. A Força Sindical namora a proposta de empresários de adiar as negociações para depois das eleições. Os dois lados argumentam que é impossível fechar qualquer acordo sem uma definição dos rumos da economia.

Na sexta-feira passada, em São Paulo, representantes dos bancários e dos bancos privados se reuniram pela primeira vez para discutir a pauta de reivindicações. São mais de 90 itens, mas os principais são garantia de emprego e reajuste de 13,39% (índice composto pela reposição da inflação mais 4,28% de aumento real). A data-base da categoria é 1.º de setembro. Como era esperado, a reunião de sexta terminou sem avanços.

No ano passado, a pauta de reivindicações dos bancários foi entregue em 20 de agosto. Neste ano, já estava pronta um mês antes. Essa estratégia de antecipar as negociações já produziu resultados. Cerca de 150 mil empregados dos setores químico, farmacêutico e de plásticos de São Paulo, cuja data-base é 1.ºde novembro, fecharam na semana passada um acordo que garante a reposição integral do INPC para os salários, independentemente dos desdobramentos da economia.

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