A necessidade de financiamento do governo atingiu R$ 450,8 bilhões em 2016, ou 7,2% do Produto Interno Bruto (PIB) naquele ano, conforme calculado pelas Contas Nacionais Trimestrais, segundo a publicação Estatísticas de Finanças Públicas e Conta Intermediária de Governo 2016, divulgada nesta sexta-feira, 4, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2015, a necessidade de financiamento do governo atingiu R$ 517,6 bilhões, ou 8,6% do PIB.
“Em 2016 o resultado foi influenciado principalmente pela queda das despesas líquidas com juros, que passaram de R$ 505,3 bilhões em 2015 para R$ 375,1 bilhões em 2016. Esta redução foi mais do que suficiente para compensar um ritmo de crescimento menor das receitas de impostos e contribuições sociais (4,6% e 4,9%, respectivamente) e o avanço das despesas com benefícios sociais (13,6%)”, diz a nota divulgada pelo IBGE.
O resultado operacional líquido (receita menos a despesa, excluindo os gastos com aquisição líquida de ativos não financeiros) também ficou negativo em R$ 459 bilhões em 2016.
A formação bruta de capital fixo (investimentos) do governo, medida pela Conta Intermediária de Governo, apresentou queda nas esferas municipal, estadual e federal, variando de R$ 101,9 bilhões em 2015 para R$ 92,7 bilhões em 2016. “Todas as esferas de governo apresentaram queda nesse agregado, e a mais acentuada foi na esfera estadual, onde a FBCF caiu 13,6%, indo de R$ 34,5 bilhões em 2015 para R$ 29,9 bilhões em 2016”, diz a nota do IBGE.
A publicação Estatísticas de Finanças Públicas e Conta Intermediária de Governo é uma parceria do IBGE com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e o Banco Central (BC). “O trabalho mantém o propósito de promover o intercâmbio e o compartilhamento de informações contábeis e fiscais entre a Secretaria do Tesouro Nacional, o Banco Central do Brasil e o IBGE para fins de aprimoramento das contas do setor governo”, diz a nota do órgão de estatística.