Um ano depois de prever que até o fim de 2017 novos países entrariam para o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como o Banco dos BRICS (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o vice-presidente para pesquisas econômicas da instituição, Paulo Nogueira Batista, está mais reticente em fazer prognósticos. “Vamos ver”, afirmou a jornalistas brasileiros em Pequim, onde acompanha a comitiva do governo brasileiro, que fará seminários e reuniões bilaterais na cidade e depois parte para Xiamen, onde haverá a cúpula dos BRICS.
Nogueira Batista lembrou que, no ano passado, os governadores do NBD autorizaram a instituição a iniciarem conversas com países potencialmente interessados em fazer parte do banco. Em abril de 2017, aprovaram o documento que define todas as etapas de adesão que devem ser seguidas pelos novos membros. “O plano para daqui a cinco anos é ter participantes de todas as regiões do mundo. Se tornar um banco de alcance global. Para este ano, ainda está em discussão”, disse.
A intenção, de acordo com o vice-presidente, é fazer com que essa expansão ocorra de forma gradual. “Não temos condição de absorver um grande número de países novos. O banco está começando e, se entram muitos membros, não conseguiremos corresponder às expectativas dos novos entrantes”, considerou.
Sobre a sua participação nos eventos da China, Nogueira Batista informou que não haverá nenhum anúncio específico. Ele lembrou que, ontem, a diretoria aprovou quatro novos projetos (2 para a China, um para a Índia, e um para a Rússia). Na semana passada, anunciou o primeiro centro regional africano, em Johanesburgo. “O Novo Banco vai comparecer para informar o andamento do bancos para os Brics, que lançaram a ideia em 2012. É natural que os líderes queiram ser informados do andamento do banco”, avaliou.
Há, de acordo com ele, “vários” projetos em andamento, na área de infraestrutura ou em projetos considerados “puros” na área ambiental. “Mas não posso falar de nenhum porque estão em estudo e nenhum está maduro para ser anunciado agora”, despistou. Atualmente, o Banco dos Brics conta com 11 projetos no valor total de US$ 3 bilhões. O Brasil conta com uma linha de crédito de US$ 300 milhões, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), vinculada à energia renovável, principalmente solar e eólica.