Não vai faltar dinheiro para habitação, promete Lula

Em mais um discurso em tom de campanha, desta vez em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu indiretamente aos ataques do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de que o governo tem agido de forma eleitoreira.

Lula afirmou que medidas como o pacote de habitação só não foram anunciadas antes porque não se podia, mas agora foram criadas as condições para fazê-lo. "Interpretem como quiserem", desabafou Lula.

Depois de comemorar os números da habitação, lembrar que esta área antes não recebia prioridade e garantir que "não vai faltar dinheiro" para o setor, Lula fez novas promessas. Anunciou que as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que estavam sendo reduzidas para incrementar a habitação poderão ter novo corte. "Obviamente que num futuro muito próximo pode cair mais porque o que cai de 10% para 5% pode cair de 5% para zero", afirmou o presidente.

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, também fez um discurso otimista e recheado de promessas. Segundo Palocci, se a arrecadação federal continuar estável este ano, o governo poderá fazer novos projetos de desoneração tributária. Ele informou que as 500 maiores empresas do País tiveram o melhor lucro dos últimos 23 anos no ano passado, o que impulsionou a arrecadação de tributos como o Imposto de Renda (IR) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

"Por este fator sadio é que a arrecadação cresceu e, se continuar estável, vamos poder continuar os nossos projetos de desoneração", prometeu o ministro.

Lula justificou a demora do início dos investimentos pelo governo. "Quando você ganha uma eleição, no primeiro ano você trabalha com orçamento do governo anterior, em que as metas já estão definidas. Você pode fazer muito pouco", queixou-se.

"No ano seguinte, quando você pensa que vai fazer, tem eleição municipal, então, você… todo mundo sabe que no Brasil já virou cultura que no ano de eleição o Brasil é como no carnaval, o pessoal dedica mais tempo à eleição", prosseguiu, acrescentando que, "depois, em 2005, vocês perceberam que as coisas estavam arrumadas e nós demos um salto de qualidade muito grande".

Lula e Palocci falaram do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e o ministro encerrou seu discurso dizendo que este será um ano de "queda do risco País, aumento da estabilidade econômica, de inflação controlada e de crescimento econômico vigoroso".

E mostrando estar sintonizado com o presidente inclusive no ritmo de campanha eleitoral, declarou: "Este impulso (nos investimentos) não se acabará neste ano. Tenho certeza, senhor presidente, que as sementes plantadas no seu governo permitirão que o Brasil continue crescendo com vigor e com equilíbrio, que é o que cada trabalhador e cada empresário espera do seu governo e do seu País".

Em discurso de improviso, o presidente Lula cobrou da população engajamento para exigir dos comerciantes a redução dos preços dos materiais de construção em decorrência da diminuição do IPI dada pelo governo. Palocci completou dizendo que ia anunciar a lista dos 28 produtos beneficiados para a população tomar conhecimento e fazer a exigência da redução do preço.

Ao falar da importância da redução das alíquotas do IPI de alguns itens da construção civil, como azulejos, o presidente disse que foi questionado por que "uma coisa chique" como esta estava incluída no benefício."É coisa chique para você, porque Joãosinho Trinta dizia: "Quem gosta de miséria é rico, pobre gosta de luxo."

Lula afirmou que "o pobre, quando vai construir a casa, quer colocar azulejo da melhor qualidade, quer colocar vaso sanitário da melhor qualidade… Ele não vai comprar nada de segunda, ele só compra se não tiver condições de comprar."

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