Um dia depois de agendar o julgamento dos ex-ministros Guido Mantega e Miriam Belchior e de outros seis conselheiros da Petrobras acusados de terem atuado contra os interesses da empresa, o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Marcelo Barbosa, disse que é preciso haver um equilíbrio na avaliação dessas condutas.

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Barbosa não fez nenhuma referência a casos específicos, embora tenha mencionado que empresas brasileiras ficaram “sob holofotes” após o início das denúncias da operação Lava Jato. Para ele, antes de atribuir culpa indiscriminadamente, os reguladores precisam avaliar se as companhias possuem controles para coibir as práticas ilícitas, se eles foram usados, se alguma coisa foi feita depois de identificadas as falhas, etc.

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“Conselho e gestores são responsáveis por tudo que acontece para a companhia, mas não é possível imaginar que eles sabem de tudo o que acontece nas companhias em todos os níveis”, declarou Barbosa, em palestra no seminário Os Novos Desafios dos Governos e das Empresas, realizado pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).

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O presidente da CVM disse que é preciso garantir transparência para os acionistas, punir os culpados, mas principalmente reduzir os incentivos para atos ilícitos e melhorar os controles. Ele citou como exemplo o papel dos auditores. “Os auditores podem ser importantes gatekeepers. Existe um sistema completo para fazer com que a empresa possa ficar mais protegida”, afirmou.