O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse hoje que não há problemas tecnológicos graves para a produção petrolífera na camada pré-sal. “Sabemos como fazer a perfuração, sabemos como definir a arquitetura da operação, sabemos especificar o bloco e como retirar o óleo”, disse o executivo, durante palestra no seminário “Pré-sal e o futuro do Brasil”.
Segundo ele, a única dúvida é sobre como fazer o aproveitamento do gás natural, que será extraído juntamente com o petróleo nos campos do pré-sal. No entanto, segundo Gabrielli, a Petrobras já está estudando uma unidade que faça a liquefação do gás no alto mar. Com isso, em vez de transportar o combustível por dutos na forma gasosa até o continente, percorrendo distâncias de mais de 300 quilômetros em alto mar, com essas unidades marítimas a Petrobras poderá converter o gás para o estado líquido. Isso permitirá o armazenamento do produto em tanques especiais e o transporte por navios.
Em um momento em que o governo vem recebendo críticas de empresas do setor petrolífero e de parlamentares da oposição, por causa da proposta de fazer da Petrobras a operadora única do pré-sal, Gabrielli iniciou sua palestra ressaltando a capacidade operacional da empresa. “É uma boa operadora, em qualquer circunstância”, disse. Ele lembrou ainda que a Petrobras é hoje a empresa que tem a maior participação no mundo na produção em águas profundas. “Temos 23% da operação mundial em águas profundas. O segundo colocado, 14%”, afirmou.