O diretor financeiro do BNDES, Carlos Thadeu de Freitas Gomes, declarou nesta quarta-feira, 30, que a instituição deve ter “menor ingerência política”. Segundo ele, não há “má intenção no BNDES, mas há má intenção na política”.
Thadeu de Freitas respondeu a questionamentos de parlamentares durante audiência da CPI do BNDES do Senado, que investiga supostas irregularidades em empréstimos concedidos pelo banco de fomento desde 1997.
“O BNDES tem que ter menor ingerência política, então podemos ter o BNDES respondendo ao Congresso, assim como o Banco Central responde ao Congresso”, sugeriu. Ele avaliou que “a governança política centralizada no presidente da República não necessariamente é a melhor”.
O diretor considera que o BNDES atua como um “agente do governo” e, como tal, “não toma decisões de risco” e “não pode dizer não ao governo facilmente”. Sobre decisões de empréstimos a determinados países ou empresas no passado, Thadeu de Freitas ponderou que foram decisões do governo, enquanto o banco exerceu papel de “executor” dos projetos.
“O BNDES foi o mensageiro, não é justo atirar no mensageiro, tem que pegar quem tomou a decisão de mandar aquela mensagem”, rebateu sobre acusações de parlamentares de que integrantes do BNDES teriam atuado por empréstimos no exterior que resultaram em supostos esquemas de corrupção ou inadimplência.
Ele ressaltou que as decisões do BNDES são tomadas em colegiado, e, portanto, “o processo de corrupção é praticamente inexistente”. “Corrupção tem em todos os lugares, pelo que eu saiba as coisas caminham lá favoravelmente”, disse. “O processo de empréstimo do BNDES é transparente, soberano, porque é tomado por comitês. Qualquer empréstimo de financiamento tem várias assinaturas”, reforçou em outro momento.
Em sessão esvaziada, a audiência pública durou apenas duas horas e contou com a participação de cinco senadores, entre eles o presidente do colegiado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o relator, Roberto Rocha (PSB-MA).