O empresário Silvio Santos afirmou ontem à noite que a venda do Banco Panamericano para o BTG Pactual deixou o grupo – que inclui a emissora SBT, a empresa de cosméticos Jequiti e as lojas do Baú Crediário – livre de obrigações com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). “Não ganhei nada nem perdi nada.”
Embora o BTG tenha pago R$ 450 milhões pelo banco, esse valor foi entregue em títulos pelo empresário como pagamento ao FGC – o total, porém, é suficiente para cobrir somente pouco mais de 10% do rombo estimado nas contas da instituição, superior a R$ 4 bilhões. O prejuízo ficou com o FGC.
Fazendo piadas e vestindo camisa amarelo ouro, o empresário afirmou que o negócio foi suficiente para salvar as demais empresas do grupo. “A televisão não está mais à venda, a Jequiti também não está mais à venda e as Lojas do Crediário do Baú (sic) também não estão mais à venda. A única coisa que foi vendida foi o banco.”
O empresário afirmou também que não participou diretamente das negociações com o BTG. “Foi tanto papel na minha frente… Eu nem assinei. Quem assinou foi minha filha Renata (Abravanel) e o meu sobrinho Guilherme (Stoliar)”, explicou. Ao ser questionado sobre detalhes do negócio, respondeu: “Não tenho a mínima ideia”. Silvio Santos afirmou que decidiu vender o banco porque “não entende nada” do negócio. “A dívida do banco eu não sei. O FGC sabe. Eu não me preocupo com os números. Número para mim é um zero à esquerda ou um zero à direita”, disse.