O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu nesta quinta-feira (15) ao povo boliviano que “não faltarão investimentos nem demanda” para o gás importado daquele país. O tema era um dos mais esperados para o encontro de hoje entre os presidentes dos dois países e ameaçava minar o clima cordial previsto para o lançamento de obras em rodovia local, com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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No discurso feito a cerca de 500 pessoas, ao lado de Evo Morales, Lula afirmou que “o presidente Evo tem sido fiel à sua palavra de que nunca faltará gás para o Brasil”. “Por isso, digo e repito que não faltarão investimentos e consumidores brasileiros para essa riqueza do povo boliviano. A Petrobras está em dia com seus compromissos de investimentos”, disse.

O presidente fez menção ao episódio ocorrido na semana passada, quando o Brasil anunciou que cortaria 30% do consumo devido à queda interna da demanda e depois reviu a redução para 20%, alegando que havia necessidade de atender a térmicas no sul do País, já que o abastecimento da região havia ficado comprometido com as chuvas.

Muitos analistas atribuíram a redução do porcentual a um gesto político, o que foi desmentido pelo governo, mas na prática admitido por Lula hoje. “Nossos governos (Brasil e Bolívia) acabam de concluir um acordo que está na essência de nossa parceria estratégica. Com transparência e diálogo asseguramos o suprimento adequado de energia para o parque industrial brasileiro e os recursos necessários para o desenvolvimento da Bolívia”, disse Lula.

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Ele ainda comentou a possibilidade de composição de novos acordos para futuros investimentos. “Precisamos implementar os demais acordos acertados anteriormente em La Paz e compor outros. (Precisamos) avançar na exploração conjunta de novos poços e no treinamento de funcionários da YPFB (estatal boliviana)”, disse Lula.

Crise

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Lula defendeu maior integração, não somente de Brasil e Bolívia, mas também de todo o Mercosul para encontrar soluções para enfrentar a crise financeira mundial. “Esta crise não começou no Brasil, na Bolívia, na Argentina, nem na África, nem Índia. Começou no coração do capitalismo mundial, os Estados Unidos, a União Europeia e o Japão. Mas a solução pode sair dos nossos países”, disse.

Segundo Lula, os países do Mercosul vão cobrar na próxima reunião do G20, em Londres, uma posição mais contundente de regulação do mercado financeiro. Acompanham o presidente na viagem à Bolívia os ministros Edison Lobão (Energia), Tarso Genro (Justiça) e Miguel Jorge (Desenvolvimento). Representa a Petrobras o diretor Internacional da estatal, Jorge Zelada.