O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, afirmou nesta quarta-feira (4) que “não é racional nem inteligente” que as empresas cortem trabalhadores como estratégia para superar os efeitos da crise financeira internacional. Já o anúncio de férias coletivas feito por algumas empresas – no caso da General Motors, feito pela sétima vez em quatro meses – foi elogiado por Lupi.
“As férias coletivas são uma medida mais inteligente, porque o trabalhador não perde dinheiro, pode se capacitar, os estoques baixam e quando ele volta, trabalha normalmente. E isso vai acontecer. A economia já está crescendo, o governo baixou o IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] para isso”, disse, ao participar de entrevistra a emissoras de rádio no programa Bom Dia, Ministro.
Questionado sobre o resultado da pesquisa CNT/Sensus – que indica que 50% das 2 mil pessoas ouvidas concordam com a redução da jornada de trabalho -, o ministro afirmou que é preciso ter cautela. “Se você pergunta ao trabalhador se eles quer ser demitido ou se prefere a redução de salário, ele vai dizer que prefere a redução, obviamente.”
Lupi lembrou que o setor automobilístico, por exemplo, está recuperando as vendas e que, no mês de janeiro, mais de 198 mil carros foram vendidos contra 200 mil no mesmo período em 2008.
“Está na média. Pra que demitir? Pra que se antecipar? Alguns carros novos não estão mais nem disponíveis para compra. É o momento do Brasil ter tranqüilidade, dos empresários brasileiros acreditarem no Brasil e continuarem investindo. E dos trabalhadores se organizarem com os seus sindicatos para defender os seus direitos.”
Sobre os resultados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) para o mês de janeiro, ele adiantou apenas que “vamos ter meses difíceis”, mas que os dados serão divulgados apenas depois do dia 18 de fevereiro.