O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, acusou a China de permitir que o yuan se desvalorize como tentativa de compensar o impacto das tarifas impostas por Washington a produtos chineses. Durante encontro de ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G20, no Japão, o secretário americano afirmou que “não é coincidência, na minha mente, que a moeda tenha passado de aproximadamente 6,30 [yuans por dólar] para 6,90”.
Mnuchin disse que intervir para apoiar a taxa de câmbio “não é considerado como manipulação cambial”, mas ressaltou que, “quando o mercado está esperando intervenção porque houve intervenções para apoiar uma moeda por um tempo muito longo, a decisão de não intervir depois de influenciar o mercado por um período muito longo de tempo pode levar o mercado a ver que há um desejo de que a moeda se enfraqueça”. No relatório semestral do Tesouro sobre políticas cambiais, o departamento disse ter preocupações sobre as práticas chinesas, mas não taxou o país asiático de manipulador de moedas.
Para o secretário americano, as empresas chinesas estão absorvendo parte significativa das tarifas americanas para evitar que os aumentos de preços sejam repassados aos consumidores dos EUA. Mnuchin disse, ainda, que, para ajudar a reduzir o impacto das tarifas aos consumidores, o governo concederia isenções a empresas que não conseguirem tirar sua produção da China no curto prazo.
Quanto às questões relacionadas à empresa chinesa de telecomunicações Huawei, Mnuchin apontou que o assunto tem relação com questões de segurança nacional dos EUA, mas enfatizou que “se avançarmos no comércio, talvez o presidente Trump esteja disposto a fazer certas concessões à Huawei se ela der certas garantias”.