Não chove no Sudoeste e situação fica crítica

A situação na região Sudoeste do Estado é crítica. Nos dois primeiros meses do ano choveu apenas 20% da média para o período. O prefeito da cidade de Barracão, Joarez Lima Henrichs (PFL), calcula que 80% da safrinha foi perdida devido a seca, e a produção de leite já caiu pela metade. Várias fontes e poços artesianos secaram. Moradores do interior do município precisam andar até três quilômetros para conseguir água.

A ordem na região Sudoeste é racionalizar. A água que ainda resta tem sido usada praticamente só para o consumo humano. Segundo Joarez, das 893 propriedades rurais do seu município, falta água em 60%. Em situação semelhante a Barracão encontram-se os 42 municípios da região e os que ficam em Santa Catarina. Para que as aulas não sejam interrompidas, a água está sendo levada por um caminhão-pipa. “Se não chover nos próximos dias, não sabemos o que pode acontecer. Os moradores mais antigos não se lembram de estiagem tão prolongada. Até o Rio Capanema, que nasce na cidade, secou”, fala o prefeito.

Joarez explica que a safrinha – que tem o milho como principal produto – é muito importante para a região. A maioria dos agricultores vive em pequenas propriedades e precisa realizar mais de um plantio para garantir o sustento. Mas a falta de chuva já acabou com quase toda a lavoura. A produção de leite também caiu. Dos 80 mil litros diários, baixou para a metade. Falta água para o gado beber e as pastagens estão secas.

Os pequenos produtores estão preocupados porque em junho precisam começar a pagar os financiamentos obtidos através do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf). “Queremos que o governo aumente os prazos. Os agricultores precisam plantar de novo para conseguir o dinheiro”, fala Joarez. Ele já decretou estado de emergência no município para sensibilizar os governos estadual e federal.

A situação na região urbana também é complicada. Os moradores só têm água disponível nas torneiras por algumas horas. “No bairro onde eu moro somos atendidos das 6 horas da noite até a meia-noite”, fala o prefeito. O problema já afeta o comércio, porque os agricultores estão sem dinheiro. A inadimplência é de 30% e a previsão é de que aumentará se a seca continuar.

Sem chuva

As previsões do Sistema de Meteorologia do Paraná (Simepar) não são nada animadoras para aquela região. O período de seca vai continuar agora em março. O meteorologista Marcelo Brauer diz que desde 1992 a região Oeste não enfrentava uma estiagem tão prolongada. Ele explica que as frentes frias que avançam pelo Estado se concentram mais na região Leste do Paraná e estacionam no Sudeste do País. Assim, elas impedem que a massa de ar seco se desloque para o Oeste do Estado. A previsão para o outono e inverno ainda está sendo estudada pelo Simepar.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo