O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, repetiu nesta quinta-feira, 14, que a expectativa do governo é de que a reforma da Previdência seja aprovada na próxima semana, mas reconheceu que a não aprovação da proposta pode prejudicar o crescimento da economia previsto para o próximo ano. Ele ponderou, no entanto, que, se a votação tiver que ser adiada, o governo deseja que as mudanças nas aposentadorias sejam aprovadas no começo de 2018.

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“Estamos trabalhando para votar na próxima semana, mas não há compromisso. O Congresso é soberano, vai votar quando achar adequado. Estamos trabalhando com esse objetivo, mas se não existir números suficientes, votaremos no começo do ano que vem”, afirmou Meirelles.

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O ministério anunciou nesta quinta a revisão da projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 de 2,0% para 3,0%. Segundo o ministro, se a reforma for aprovada ainda este ano, essa estimativa poderá ter viés de alta. Se a reforma não for aprovada nem em 2018, essa projeção também pode ser afetada.

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“Os índices incorporam a aprovação da reforma da Previdência, mas não está incorporada a segurança de que será aprovado”, afirmou o ministro. “Se for aprovado na semana que vem será muito positivo e pode ter viés de alta nas estimativas. Mas, levando-se a hipótese ao extremo, de não ser aprovado nem no começo do próximo ano, haverá um impacto negativo ainda difícil de medir”, completou.

Segundo o ministro, não há 100% de estimativas contando com aprovação nem 100% contando com a não aprovação. “É difícil mensurar quanto (a não aprovação da reforma) impacta para o ano quem vem. Mas certamente impactará também os anos seguintes, porque o novo governo já iniciará com essa missão”, acrescentou.

Questionado sobre se uma estimativa de alta de 3,0% do PIB em 2017 – superior à mediana das expectativas do mercado – não seria exageradamente otimista, o ministro respondeu que a revisão da projeção é realista e bastante sólida.

“As nossas projeções têm que se basear nas condições de momento da economia, e não podem ser otimistas ou pessimistas em excesso”, afirmou.

Ele comentou que as condições de crescimento da economia pioraram no final do ano passado e no começo deste ano, o que levou a um atraso na desalavancagem de empresas e famílias. “Por outro lado, a retomada veio muito forte, com o aumento geral da credibilidade. Os níveis de investimento aumentaram fortemente”, concluiu.